Saúde mental do homem: “Quero que o meu filho saiba que chorar é tão normal como rir e que pedir ajuda é um ato de coragem, não de vergonha"
João Paulo Sousa é o oitavo convidado a comentar - em vídeo - o estudo sobre “A Saúde do Homem”, realizado pela GfK Metris para o Expresso. O apresentador da SIC põe a tónica na necessidade do homem priorizar as questões relacionadas com a saúde mental, partilhando a sua visão e experiência pessoal em relação a este tema, não só enquanto homem, mas também enquanto pai
Os números são claros: os homens tendem a cuidar menos da sua saúde mental. João Paulo Sousa, apresentador da SIC, partilha a sua visão pessoal sobre este tema, sublinhando a importância de repensar preconceitos antigos e promover uma cultura onde a saúde mental do homem seja vista como uma prioridade. Um apelo que desafia estigmas e convida à reflexão.
João Paulo Sousa, apresentador da SIC e embaixador da saúde mental, tem vindo a partilhar uma mensagem clara e urgente: a saúde mental dos homens deve ser cuidada com a mesma atenção e respeito que a saúde física. Para o próprio, pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, mas sim de coragem.
“Não me admira que os homens tenham tendência a não priorizar a saúde mental”, explica, “porque muitos cresceram com a ideia de que ou somos fortes ou somos fracos, e isso é uma visão demasiado simplista da vida. Hoje, acredito que pedir ajuda é um sinal de força e espero que cada vez mais homens possam sentir-se livres para o fazer”.
Os dados do estudo confirmam uma realidade preocupante: cerca de 30% das mulheres inquiridas já sofreram ou sofrem de depressão, contra 18% dos homens. Segundo João Paulo Sousa, esta diferença não surpreende, pois as mulheres enfrentam uma multiplicidade de pressões, desde a sobrecarga de tarefas profissionais e domésticas, até à disparidade salarial.
“No mundo em que vivemos, as mulheres são estatisticamente as que mais sofrem de violência doméstica, que têm mais responsabilidades além do trabalho e que ganham menos. Infelizmente, esta realidade contribui para a maior incidência de depressão entre elas”, afirma.
Por outro lado, o apresentador destaca que a cultura masculina ainda dificulta a expressão da vulnerabilidade. “Muitos homens associam vulnerabilidade à fraqueza, o que é errado. Eu próprio, ao fazer terapia e estudar o tema, percebi que ser vulnerável é uma vantagem, ajuda-me a ouvir melhor, a compreender os outros e a mim mesmo”.
Para combater este estigma, João Paulo Sousa tem levado a mensagem às escolas, sobretudo para os mais jovens, para “descomplicar” a saúde mental. “Quanto mais cedo se falar sobre saúde mental, maior a oportunidade de os jovens crescerem conscientes da importância de cuidar dela. É fundamental que saibam que pedir ajuda está sempre ao seu alcance", seja aos pais, professores, psicólogos ou através de linhas de apoio anónimas.
O apresentador ressalta ainda a importância de integrar a saúde mental na perceção geral de saúde. “Vivemos numa sociedade que sabe reagir bem a uma perna partida, mas não encara a saúde mental da mesma forma. Isso tem de mudar”.
A paternidade reforçou ainda mais a sua convicção. “Quero que o meu filho saiba que chorar é tão normal como rir, e que pedir ajuda é um ato de coragem, não de vergonha”, sublinha. Este é o caminho para formar uma nova geração de homens emocionalmente mais livres e saudáveis.
João Paulo Sousa alerta também para o impacto da saúde mental na vida profissional e social. “O burnout é cada vez mais falado, mas ainda há um longo caminho para que as organizações tratem a saúde mental com a seriedade que merece. Cuidar da saúde mental deve ser uma prioridade para todos, homens e mulheres”.
A Saúde do Homem
Este é um projeto a que o Expresso chamou “A Saúde do homem” e que conta com o apoio da Johnson & Johnson Innovative Medicine e ainda com o Alto Patrocínio da Presidência da República e a Ordem dos Médicos, na qualidade de parceiro institucional. O estudo foi conduzido pela empresa de estudos de mercado, GfK Metris.
No total, serão publicadas dez entrevistas em vídeo e dez entrevistas em texto. Acompanhe tudo em expresso.pt .
Este projeto é apoiado por patrocinadores, sendo todo o conteúdo criado, editado e produzido pelo Expresso (ver Código de Conduta), sem interferência externa