A sustentabilidade das empresas como forma de garantir segurança
A sustentabilidade por parte das empresas deixou de ser uma opção e passou a ser uma obrigatoriedade. Durante várias sessões online - que juntam especialistas e organizações - o Conselho de Segurança pretende analisar os desafios na tecnologia, na sustentabilidade, na energia e na saúde
Sustentabilidade e Segurança nas Empresas é o segundo workshop (o primeiro sobre cibersegurança pode ser consultado AQUI) realizado pelo Conselho de Segurança - iniciativa levada a cabo pelo Expresso, que para este workshop conta com o apoio da Allianz - e que pretende elucidar as empresas sobre como podem integrar a sustentabilidade nas suas organizações, o papel dos auditores e da banca neste processo, a forma como as empresas têm um papel ativo na concretização dos objetivos de desenvolvimento sustentável e, por último, explicar qual é relação entre a sustentabilidade e a segurança.
Saiba mais sobre cada um destes tópicos, abaixo.
Integrar a sustentabilidade nas empresas
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Pretende-se, hoje em dia, que as empresas criem algo que contribua de forma positiva para todos os stakeholders (accionistas, colaboradores, clientes e sociedade em geral);
Uma das formas de integrar a sustentabilidade é através dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS);
De entre um conjunto de 17 ODS destacam-se os seguintes: trabalho digno e crescimento económico; ação climática e parcerias para a implementação de objetivos;
Foi criado um guia intitulado de SDG Compass - que inclui 5 passos - e que serve para alinhar estratégias mensurar e administrar a sua contribuição para atingir os ODS;
Quais são os 5 passos? 1) Compreender os ODS; 2) Definir prioridades; 3) Definir os objetivos; 4) Integrar e 5)Reportar e comunicar;
“Mais do que geral lucros, hoje as empresas querem gerar valor”, lembra Sara Serrano, CEO Office da Allianz
O papel dos auditores na concretização da sustentabilidade
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A diretiva de reporte corporativo de sustentabilidade da Comissão Europeia obriga ao reporte de informações detalhadas sobre questões de sustentabilidade e é aí que entram em ação os auditores;
Este reporte traduz aquilo que são os impactos no negócio da empresas e a forma como as operações afetam as pessoas e o planeta;
A quem se aplica esta diretiva? 1) Empresas na Europa e cotadas em mercados regulamentados; 2) Empresas com mais de 250 colaboradores; 3) Organizações com volume de negócios superiores a €40 milhões e 4) Empresas que tenham ativos de mais de €20 milhões de euros;
O principal desafio é a ausência de sistemas de informação robustos;
O relatório de sustentabilidade vai ter que ser apresentado ao mesmo tempo que o relatório de gestão;
De entre as características que devem estar presentes no perfil de um auditor, destacam-se as seguintes: devem ter um conjunto de competências relacionadas com as matérias a auditar, apresentar sentido crítico para compreender e analisar grandes quantidades de informação e ter uma atitude transparente na hora de reportar;
A segurança é um dos eixos da sustentabilidade;
“É necessário que as empresas se preparem, desenvolvendo processos de recolha de informação”, alerta Ana Cláudia Coelho, responsável pela área de sustentabilidade e alterações climáticas da PwC Portugal
Como a banca adequa estratégia e parâmetros
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Através de um plano estratégico 2022-2024, identificou-se como um dos pilares a liderança em sustentabilidade que se pretende concretizar através do apoio que a banca pretende dar aos clientes e à sociedade;
O banco pretende ser um promotor na inclusão e impacto social;
O BPI tem produtos do lado do ativo (€2000 milhões), mas também produtos poupança (€2000 milhões);
Os fornecedores e os clientes funcionam como forças de pressão que impelem no sentido certo.
“O regulador desempenha um papel preponderante”, sublinha Cristina Casalinho, membro da direção de sustentabilidade do BPI
O papel das empresas na contribuição para os ODS
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A agenda 2020-2030 das Nações Unidas e os 17 ODS que a constituem são também um apelo às empresas;
A Grace tem um papel na concretização dos ODS por parte das empresas porque as consciencializa da realidade, faz workshops e masterclasses exclusivamente ficados nos ODS, apoia as empresas a acelerar esta jornada, partilha boas práticas, incentiva ao report das empresas e forma e capacita os colaradores;
Até 2030, a meta de sustentabilidade prende-se com o facto de que, na Europa, todos devem reduzir a emissão de gases de efeito de estufa em 55%;
Até 2050, a meta de sustentabilidade é atingir a neutralidade carbónica;
Das 100 maiores economias, mais de dois terços são empresas, não são países.
“Sem as empresas, nenhum dos 17 ODS é passível de ser concretizado”, afirma Margarida Couto, presidente do Grace - empresas renováveis
Sustentabilidade e segurança, presente e futuro
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Os pilares ESG são: a responsabilidade ambiental (preocupação com resíduos, emissões de carbono das empresas, eficiência energética e conservação da biodiversidade e uso de recursos naturais); responsabilidade social (impactos sociais da empresa na comunidade, direitos humanos, trabalho justo, diversidade e inclusão, segurança no trabalho e envolvimento comunitário); responsabilidade corporativa (transparência, responsabilidade e ética nos negócios e uma boa governança que garanta que a empresa é coordenada de forma responsável);
O maior desafio da humanidade é a questão da sustentabilidade ambiental, é por isso urgente pensar num modelo de descarbonização da economia;
A realidade atual coloca em risco cerca de 8 mil milhões de pessoas devido à escassez de água, inundações, tempestades, perda de biodiversidade, dificuldades na produção agrícola, entre outros;
É urgente que as empresas atuem na redução da pegada carbónica e que consigam coordenar a justiça social e o crescimento económico com a transição energética;
“O desenvolvimento sustentável é uma promessa que nós estamos a fazer às próximas gerações de deixar o planeta em condições agradáveis e possíveis de vida”, considera Nathalie Ballan, fundadora e presidente da Sair da Casca
Conselho de Segurança
O mundo vive envolto num conjunto de ameaças que exigem uma resposta pronta. O Expresso, em conjunto com o Continente, Galp, Altice Empresas, Allianz, Morais Leitão e ACIN, lança um projeto para avaliar a nossa segurança tecnológica, militar, jurídica, na saúde, no Estado e nas empresas. Ao longo de seis meses queremos construir um Conselho de Segurança, lançando debates, promovendo temas, reunindo especialistas.
... e juntou-se depois à conversa (da esq. para a dir.) moderada pela jornalista da SIC, Rosa Pinto, e que contou com a presença de Nathalie Ballan, Margarida Couto, Ana Cláudia Coelho, Cristina Casalinho e Teresa Brantuas
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