“Ensino deve ser mais interativo e menos expositivo”
Marta Atalaya, jornalista da SIC, moderou o debate onde participaram Marta Pimentel, diretora executiva da Nova SBE,
Jorge Carvalho, secretário regional de Educação, Ciência e Tecnologia, e Tim Vieira, CEO e Fundador da Brave Generation Academy
NUNO FOX
Marta Atalaya, jornalista da SIC, moderou o debate onde participaram Marta Pimentel, diretora executiva da Nova SBE,
Jorge Carvalho, secretário regional de Educação, Ciência e Tecnologia, e Tim Vieira, CEO e Fundador da Brave Generation Academy
NUNO FOX
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A pandemia obrigou professores e alunos a sair das suas zonas de conforto e a usar ativamente tecnologias que já existiam, mas das quais nem sempre se tirava partido. Este foi o mote para uma mudança que já era necessária há décadas. As conclusões resultam da conferência “Parar para Pensar: Educação”, incluída no ciclo de debates que associam o Expresso à Deco Proteste, e que contam com o patrocínio da Google
Fátima Ferrão
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A escola mudou com a pandemia e com o ensino à distância, que obrigou milhares de professores e alunos a ensinar e a aprender a partir de casa. A tecnologia foi o principal facilitador deste modelo, mas, na opinião de Jorge Carvalho, não é o fator determinante para o sucesso escolar. “Temos aqui uma oportunidade de inclusão porque a tecnologia coloca todos no mesmo patamar, e aumenta a capacidade de aprender”, acredita o secretário regional de Educação, Ciência e Tecnologia, que participou na conferência “Parar para Pensar: Educação”, a quinta de um ciclo de oito. Jorge Carvalho defende ainda que o ensino deve ser mais interativo e menos expositivo, garantindo que os alunos aprendem ao seu ritmo, com o apoio dos professores, mas num modelo quase personalizado. “A educação devia ter mudado há 50 anos, mas estávamos todos acomodados”, partilha Tim Vieira, que participou no mesmo debate. “É tempo de agir, de ter líderes, e não de esperar o que vai acontecer”, defende.
Sair da zona de conforto foi, na opinião de Marta Pimentel, uma das consequências da pandemia no ensino. Para a diretora executiva da Nova SBE, a tecnologia permite aproximar professores e alunos, e garantir que é estimulado o pensamento crítico. Adicionalmente, a docente defende uma maior aposta no desenvolvimento de soft skills, essenciais para o trabalho do futuro.
A conversa foi conduzida pela jornalista da SIC, Marta Atalaya.
Outras conclusões:
“O professor continua a ser a chave no processo de aprendizagem”, acredita Jorge Carvalho. Já Tim Vieira defende que o elemento principal devem ser os estudantes, pois são eles quem está a formar-se e a preparar o seu futuro. “É preciso pensar neles, nos conteúdos que se preparam, para que, no futuro, gostem do que fazem”, diz.
A atual geração, salienta Jorge Carvalho, “terá que ter conhecimentos especializados, mas também muitas competências sociais”. Nas empresas, reforça Marta Pimentel, “ainda se olha muito para as notas e os currículos antes de contratar, mas é preciso mudar este paradigma de recrutamento”.
Já para os professores, o Secretário Regional de Educação, Ciência e Tecnologia, recomenda a permanente formação e aprendizagem, “porque o mundo está sempre a mudar”. É preciso requalificar sempre que necessário mas, diz Marta Pimentel, “as pessoas têm que ter esta predisposição para a aprendizagem contínua”.