Iniciativas e Produtos

Portugal é “mercado piloto” de fintech norueguesa que aposta em “solução tecnológica que ajuda a obter empréstimos mais acessíveis"

Max Gordienok, fundador e CEO goscore
Max Gordienok, fundador e CEO goscore
Goscore é “uma solução tecnológica para ajudar as pessoas a obter empréstimos mais acessíveis e economizar dinheiro”. Esta empresa fintech, com origem na Noruega, está a dar os primeiros passos em Portugal através do Visa Innovation Program
Portugal é “mercado piloto” de fintech norueguesa que aposta em “solução tecnológica que ajuda a obter empréstimos mais acessíveis"

Dora Troncão

Jornalista

Max Gordienok, natural de Minsk, capital da Bielorrússia, mudou-se para a Noruega, em 2016, e foi então que percebeu que “o sistema de credit score (pontuação de crédito) não funcionava como deveria”. Inconformado, resolveu, juntamente com a equipa de quatro pessoas, entre as quais cientistas de dados, especialistas em estatística e machine learning, “criar a solução tecnológica para ajudar as pessoas a obter empréstimos mais acessíveis e economizar dinheiro”. Assim nasceu “a plataforma de empréstimo PPCP que, em 2019, se transformou na goscore”. Esta fintech (empresa tecnológica de serviços financeiros) Investigou o mercado, percebeu o enorme potencial, mas também que o problema era muito maior. Inicialmente, o objetivo era “ajudar os bancos a integrar mais clientes, aumentar receitas e reduzir riscos”, mas os responsáveis da empresa perceberam que “muitos consumidores não percebiam como funciona a própria economia pessoal e, por isso, o nosso trabalho era ainda mais essencial”. A goscore procura que “os consumidores entendam como os empréstimos impactam as suas vidas, como foram desenvolvidos e como usar isso a seu favor”.

O novo Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) e a PSD2 (Diretiva de Serviços de Pagamento) mudaram as regras do jogo. “Analisar e pontuar o comportamento financeiro sustentável tornou-se fácil porque o cliente autoriza e compartilha connosco extratos bancários, que avaliamos e enriquecemos com fontes de dados adicionais como padrão de gastos, cumprimento nos pagamentos ou utilização de cartões bancários.”

Gordienok sublinha que “o mais importante não é os credores emprestarem dinheiro a todos, mas mostrar o caminho para selecionar os bons clientes, que podem ter todo o tipo de objetivos, desde a pequena solução BNPL (Buy Now, Pay Later), e-commerce, hipotecas ou crédito automóvel”. No fundo, explica, o CEO da empresa, “se dado dinheiro ou produtos em troca da promessa de ser pago mais tarde, a goscore pode ajudar porque fornecemos uma análise diferente dos indicadores financeiros e situação dos clientes, com base em tecnologia e informação atualizadas”. Tudo é feito em prol de “um ambiente financeiramente mais inclusivo” e, por isso, sempre que alguém vê o empréstimo rejeitado, a goscore explica o porquê e aponta formas de melhorar a economia pessoal antes de uma nova candidatura.

Portugal é mercado piloto da fintech norueguesa

A goscore opera na Noruega, Suécia e tem projetos piloto na Finlândia, Alemanha, Portugal e Espanha. A empresa começou a olhar para Portugal em maio deste ano. “As mudanças na situação económica portuguesa apontam para que os bancos falem connosco porque veem cada vez mais valor no que entregamos por comparação com o que se habituaram a trabalhar que é a pontuação de crédito tradicional construída internamente”.

Max Gordienok refere o Visa Innovation Program “como grande facilitador do diálogo com instituições financeiras estabelecidas em Portugal e em Espanha”.

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