Transportes

ANA critica contas e projeções da Comissão Independente em relação ao novo aeroporto de Lisboa

Thierry Ligonnière, CEO da ANA
Thierry Ligonnière, CEO da ANA
NUNO BOTELHO

A ANA, que defende o Montijo para opção complementar a Lisboa, criticou o relatório da CTI, que indicou Alcochete como a melhor localização. Contas e projeções de tráfego e construção são alguns dos pontos abordados na sua crítica

A ANA - Aeroportos de Portugal, gestora de 10 aeroportos portugueses e liderada por Thierry Ligonnière, quer que a Comissão Técnica Independente (CTI) reveja vários fatores, nomeadamente que faça melhor as contas. Segundo noticia o “Jornal de Negócios”, a ANA considera que as projeções de tráfego a médio e longo prazo, os prazos de construção de algumas soluções, assim como a avaliação económico-financeira do novo aeroporto de Lisboa, foram sobrestimados.

Em resposta ao relatório preliminar da comissão que avaliou as opções para o novo aeroporto de Lisboa, a ANA “vê com muita preocupação os pressupostos assumidos pela Comissão Técnica Independente (CTI) no que diz respeito às projeções de tráfego no médio e longo prazo, aos prazos de construção das opções estratégicas (OE) e à metodologia utilizada para a avaliação económica” de cada solução.

De notar que a concessionária defende o Montijo como opção complementar a Lisboa, mas a CTI indicou o Alcochete como a melhor opção.

A ANA considera ainda que a CTI foi “otimista” em relação à projeção de tráfego, tendo previsto 66 a 108 milhões de passageiros em 2050, quando "entidades internacionais altamente credenciadas”, preveem entre 40 a 52 milhões de passageiros em 2050.

Adicionalmente, também considera “otimistas” os cronogramas de construção e contesta o entendimento da CTI de que a opção Montijo levaria seis anos a ser construída.

A ANA diz também que a avaliação económica da comissão “sobrestima o VAL [valor atual líquido] de todas as opções, na medida em que não se baseia numa análise financeira incremental, incluindo os fluxos de caixa derivados do tráfego existente no aeroporto Humberto Delgado, os quais não podem ser utilizados para financiar o investimento na expansão de capacidade aeroportuária, sem que haja um reequilíbrio económico do contrato de concessão”.

Por fim, a gestora aeroportuária aponta “diversas inconsistências” na comparação entre as opções.

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