Esta quinta-feira, a Meta, empresa dona do Facebook, começou a negociar na sessão norte-americana, que arranca às 14h30, hora de Lisboa, em queda avassaladora. No início da sessão as suas ações recuavam perto de 25% para os 241 dólares (cerca de 213 euros ao câmbio atual), eliminando mais de 190 mil milhões de dólares de valor de mercado de um dia para o outro. A empresa de Mark Zuckerberg reportou, no quarto trimestre, a primeira queda em cadeia do número de utilizadores do Facebook em 18 anos – isto é, desde sempre.
A culpa é, assumem os responsáveis da Meta, da concorrência forte de plataformas como o TikTok, da chinesa Bytedance, ou o Youtube, da Google. O valor pago pelos anunciantes também recuou, pressionados com o encarecimento das matérias-primas e energia e com dificuldades nas cadeias de abastecimento, o que teve um impacto negativo nas contas.
Os analistas esperavam lucros mais altos, mais utilizadores diários e mensais ativos, e mais rendibilidade por utilizador, segundo a CNBC. A projeção de receitas para o primeiro trimestre deste ano emitida pela Meta fica também aquém das expectativas dos analistas, que previam vendas de 30,15 mil milhões de dólares. A empresa antecipa, agora, uma faturação entre os 27 mil milhões e os 29 mil milhões de dólares para os três primeiros meses deste ano.
Entretanto, na quarta-feira, a gigante dos pagamentos norte-americana PayPal afundou-se 24,7%, e prossegue com as perdas esta quinta-feira, recuando mais de 4%. A culpa é, segundo o presidente executivo, Dan Schulman, em declarações à CNBC, do abrandamento do crescimento do número de utilizadores; do impacto da inflação no negócio, que provocou uma diminuição das compras feitas por clientes; e da crise nas cadeias de abastecimento, que provocaram uma quebra na atividade na plataforma no que toca a transações com contrapartes chinesas. No primeiro trimestre, a empresa antecipa um crescimento das receitas de até 17%, quando os analistas esperavam que ultrapassasse esse ritmo de crescimento.
O Nasdaq caía, ao início da tarde, perto de 2%.
Entretanto, cotada na New York Stock Exchange, a Spotify dava um trambolhão de quase 18% também depois de divulgar os resultados do exercício de 2021.
Neste caso, o problema não foram os resultados per se, que superaram as previsões dos mercados: no quarto trimestre de 2021, os utilizadores ativos mensais cresceram 18% para os 406 milhões, as receitas subiram para os 9,67 mil milhões de euros na totalidade do ano passado face a 7,88 mil milhões de euros em 2020. E as perdas caíram para os 34 milhões de euros, face a prejuízos de 581 milhões de euros em 2020.
O problema da Spotify foram mesmo as previsões para o primeiro trimestre, que ficaram aquém das expectativas dos analistas. A empresa sueca liderada por Daniel Ek antecipou 418 milhões de utilizadores ativos mensais, quando se estimavam 422 milhões para janeiro, fevereiro, e março de 2022. Um abrandamento que ecoa a quebra sentida pela Netflix, que chegou a afundar-se 25% depois de ter falhado as expectativas dos mercados em relação ao número de novos assinantes no final do ano passado. A empresa de streaming reviu igualmente em baixa os novos subscritores que prevê captar no primeiro trimestre deste ano.
A Spotify tem estado no olho do furacão, de resto, depois de Neil Young e Joni Mitchell terem retirado os seus discos da plataforma em protesto contra as mentiras veiculadas pelo norte-americano Joe Rogan no seu podcast generalista “The Joe Rogan Experience”, sobre a covid-19. No final de 2020 Joe Rogan assinou um contrato de exclusividade com a Spotify, por vários anos, que ronda, na totalidade, os 100 milhões de dólares. O também comediante e comentador de artes marciais mistas já pediu desculpa pelas opiniões controversas veiculadas no seu programa.
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