Sistema financeiro

Lucro do Crédito Agrícola no primeiro semestre cai 23%, para €172 milhões

Sérgio Raposo Frade, presidente do Crédito Agrícola.
Sérgio Raposo Frade, presidente do Crédito Agrícola.
D.R.

Descida da margem financeira penalizou os resultados do Crédito Agrícola na primeira metade do ano, mas o crescimento das comissões e dos seguros ajudaram a aliviar o impacto

O Crédito Agrícola anunciou esta quarta-feira que lucrou €172,2 milhões no primeiro semestre do ano, menos 23% face ao período homólogo. Esta quebra explica-se sobretudo pelo desempenho da margem financeira (indicador que resulta da diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos pelos depósitos), que recuou cerca de 16%, para €333,5 milhões, acompanhando a descida da Euribor.

"Num semestre marcado por elevada incerteza e com taxas de juro em redução na zona euro, o Grupo Crédito Agrícola continuou a demonstrar a sua capacidade de crescimento, performance e a sua resiliência", afirma Sérgio Raposo Frade, presidente do banco, citado em comunicado.

No final de junho, o produto bancário totalizou €467,7 milhões, recuando 10% em relação a igual período do ano passado. A descida, porém, foi atenuada pelo crescimento de 5% das comissões cobradas aos clientes, que renderam €78,4 milhões, e pelo aumento de quase 19% dos resultados de seguros, para €55,9 milhões.

Apesar da pressão exercida pelas taxas de juro, a rendibilidade dos capitais próprios do banco manteve-se em 11,8%, o que confirma a sua capacidade de remunerar os seus acionistas. Os dados do balanço mostram ainda uma evolução positiva no crédito e nos depósitos: enquanto a carteira de empréstimos cresceu cerca de 5%, para os €13,4 mil milhões, as poupanças guardadas no banco subiram quase 3%, para os €22,6 mil milhões.

Quanto à qualidade dos ativos, o Crédito Agrícola revela que o rácio bruto de crédito malparado - isto é, os empréstimos que deixaram de ser pagos - baixou para os 4,3% no final do primeiro semestre, valor que compara com os 6,5% registados um ano antes. O grupo justifica esta melhoria com o regresso de contratos de habitação e empresariais ao cumprimento.

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