O UBS comprou o Credit Suisse, uma transação que vai ficar na história do sistema financeiro, mas a aquisição acarreta "riscos de execução significativos", alertou o presidente do banco, Colm Kelleher, na assembleia anual de acionistas que se realizou esta quarta-feira em Basileia (Suíça).
Segundo escreve o “Financial Times”, o presidente do banco suíço disse que a aquisição do concorrente veio acelerar a estratégia existente do UBS - com crescimento focado nos Estados Unidos e na Ásia - mas alertou que "não é um negócio fácil de fazer".
“Sob a liderança do novo presidente-executivo, Sergio Ermotti, vamos desenvolver a força de ambas as empresas”, disse Kelleher.
Há cerca de duas semanas as autoridades suíças autorizaram a compra de emergência do Credit Suisse pelo UBS, por cerca de 3 mil milhões de euros, por forma a evitar um colapso que tinha potencial para ser uma catástrofe mundial.
Depois de mais de dois anos de escândalos sucessivos, o Credit Suisse acabou por ser vítima do súbito choque global de liquidez que atingiu o sistema financeiro após a falência do Silicon Valley Bank nos Estados Unidos. Toda a situação levou o presidente do Credit Suisse a pedir desculpa aos acionistas.
Agora, o UBS tornou-se o quarto maior credor do mundo e já anunciou despedimentos - cerca de 36 mil pessoas.
Os deputados suíços estão preocupados com a falta de concorrência no mercado se o UBS ‘engolir’ também a área de banca de retalho do Credit Suisse, além do negócio de banca de investimento. Segundo o “Financial Times”, os deputados querem que o ramo de consumo do Credit Suisse seja separado para não haver uma elevada concentração no mercado.
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