Sistema financeiro

Colapso de bancos nos EUA não assusta investidores interessados em Portugal, garante secretário do Estado

Colapso de bancos nos EUA não assusta investidores interessados em Portugal, garante secretário do Estado

O colapso de bancos nos EUA é fonte de preocupação dos investidores norte-americanos, mas os seus projetos de investimento em Portugal não ficam postos em causa, diz o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz

O colapso de dois bancos nos Estados Unidos é fonte de preocupação mas não assusta investidores norte-americanos interessados em Portugal, disse à Lusa o secretário de Estado da Internacionalização, Bernardo Ivo Cruz.

O governante falou no contexto do balanço da sua primeira visita oficial ao Texas, tendo passado por Austin, onde decorre o South by Southwest (SXSW), e por Houston.

"Foi tema de preocupação dos investidores americanos", disse o secretário de Estado. "Quando fizemos as reuniões com os investidores no início da visita, tinha acabado de se dar a falência do Silicon Valley Bank" (SVB), explicou.

O colapso do banco, a que se juntou o encerramento do Signature Bank, causou alarme esta semana pelo receio de contágio no sistema financeiro. A situação levou a que 11 bancos se organizassem na quinta-feira para resgatar o banco First Republic e dar um sinal de confiança.

"Houve perguntas sobre a solidez do sistema bancário europeu e português", indicou o secretário de Estado. "Mas acho que os nossos interlocutores ficaram esclarecidos, principalmente com o facto de que nós fazemos parte da zona euro e o nosso sistema bancário é regulado duplamente", frisou.

"É regulado pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Portugal, e portanto isso deixou os investidores mais descansados", continuou. Bernardo Ivo Cruz salientou que não foram perguntas de "grande angústia" mas sim sobre o funcionamento do sistema de regulação do setor financeiro em Portugal.

O encerramento pelas autoridades do SVB tem levantado questões sobre regulação e o seu impacto no segmento das start-ups, em especial 'fintechs' (tecnologia para a área financeira) foi imediato, devido ao peso do banco no setor.

Este foi um "revés para toda a indústria", disse à Lusa Marius Galdikas, CEO (presidente executivo) da ConnectPay, uma plataforma tudo-em-um de soluções financeiras. Embora a empresa não tenha exposição ao banco, Galdikas referiu que o colapso será sentido por todo o setor, especialmente pelas novas empresas 'fintech'.

"A confiança é uma moeda importante no setor financeiro e sofre um golpe sério de cada vez que um evento destes ocorre", disse Galdikas. "Isto vai atrasar o desenvolvimento do setor 'fintech', em especial no que toca a negócios de ativos virtuais", disse o CEO, que considerou que será mais difícil para as start-ups obterem financiamento.

Duas tecnológicas portuguesas com pegada importante em Silicon Valley, Feedzai e OutSystems, disseram à Lusa que não têm exposição ao colapso do banco nem impacto material advindo do mesmo.

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