Um médico de 69 anos diz que está há quase três à espera que lhe seja atribuída a reforma. João Monteiro não compreende o atraso e acusa a Segurança Social de ignorar todas as perguntas e reclamações.
Com quase duas décadas de trabalho no setor público, e ainda mais anos de serviço no privado, o pediatra João Monteiro chegou aos 66 anos convencido de que poderia facilmente pedir a reforma. Foi o que fez em 2021, mas até agora nada.
Não se preocupou porque na altura tinha sido convidado para trabalhar em França e, por isso, tinha rendimentos, mas um ano sem resposta pareceu-lhe demasiado tempo.
"Nunca tive resposta. Todos os emails têm sempre uma resposta automática, fiz vários protestos na página da Segurança Social Direta, nunca tive qualquer resposta, a não ser um email a dizer que tinham recebido e que estavam a ver a situação", revela em entrevista à SIC.
Médico pediu pensão unificada
João fez o pedido em 2021 junto da Caixa Geral de Aposentações (CGA), que gere o regime de pensões dos funcionários públicos, mas por também ter trabalho no privado também fez descontos para a Segurança Social e, por isso, pediu a chamada pensão unificada. Ou seja, em vez duas pensões separadas receberia tudo junto.
“Já tinha, entretanto, recebido um email da CGA a dizer que a parte deles estava completamente tratada, o processo estava liquidado, diziam a importância que me iam pagar e que todo o processo estava na Segurança Social. Eu cheguei lá e eles disseram que tinham enviado um email na véspera para a CGA e que era lá que eu tinha de me dirigir e esperar. Eu engoli e saí. Dois dias depois tinha um email da CGA a dizer que ”escusava de ligar para nós que o processo estava liquidado, a pensão é-lhe devida desde 1 de abril de 2021, mas fale com a Segurança Social porque eles é que ainda não fizeram a parte deles"", conta.
Neste momento não tem qualquer fonte de rendimento
João Monteiro diz que até hoje, e depois de ter ido várias vezes a balcões da Segurança Social, ninguém ainda lhe soube explicar porque motivo ainda não recebeu a reforma. Já de novo em Portugal, numa casa arrendada, João diz não ter agora qualquer fonte de rendimento.
A SIC pediu esclarecimentos sobre o caso à Caixa Geral de Aposentações e ao Instituto da Segurança Social, mas não obteve resposta.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt