Petróleo ultrapassa os 90 dólares pela primeira vez desde 2014

Cerca das 15:45 (hora de Lisboa), a cotação do crude do Mar do Norte, que é referência na Europa, para entrega em março estava a ser negociado a 89,78 dólares por barril, minutos depois de ter atingido os 90,02 dólares. A matéria-prima tem apresentado a sua típica volatilidade, mas a tendência em 2022 tem sido de subida. No início do ano, o preço do barril de petróleo rondava os 50 dólares.

A tensão na Ucrânia e as implicações que um conflito com a Federação Russa pode ter no mercado energético voltou a impulsionar a cotação do barril, um cenário que tem abalado a generalidade dos mercados.

Mas também nos Estados Unidos a oferta está a apertar. O relatório semanal dos inventários nos Estados Unidos deverá mostrar uma quebra nas reservas de 872.000 barris, de acordo com fontes conhecedoras desses números citadas pela Reuters. 

A contrariar as contrações do lado da oferta poderá estar a reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que terá lugar no dia 2 de fevereiro, e onde vão ser considerados aumentos na produção. 

Entretanto, o fantasma dos 100 dólares continua a pairar. “Não será assim tão descabido que se atinjam os 100 dólares por barril de crude antes do fim de março”, afirmou o diretor executivo da ActivTrades Europa, Ricardo Evangelista, em declarações ao Expresso a 18 de janeiro, deixando no entanto ressalvas: “Este é apenas um cenário, talvez o mais bullish [em alta], e que vários fatores podem mudar”. Num cenário mais intermédio, o preço do barril de crude deverá em 2022 oscilar entre um mínimo de 75 dólares e um máximo de 85 dólares, indica.