Sociedade

Leitura do acórdão de Salgado é a 7 de março. Para já, ex-banqueiro deixou um agradecimento e pediu desculpa pela falta de memória

Ricardo Salgado. Foto: Getty Images
Ricardo Salgado. Foto: Getty Images

Ricardo Salgado vai ouvir decisão do tribunal sobre a acusação dos crimes de abuso de confiança no GES dentro de um mês

A leitura do acórdão do julgamento de Ricardo Salgado por três crimes de abuso de confiança, processo que saiu da Operação Marquês, vai realizar-se a 7 de março, segundo agendou o juiz. O Ministério Público pediu um mínimo de 10 anos de prisão efetiva e a defesa do ex-banqueiro apontou para a absolvição.

Antes de o juiz decidir a data da última sessão de julgamento, foi dada a Ricardo Salgado uma “última oportunidade” para se dirigir ao tribunal. “Meritíssimo, sinceramente, eu gostaria de poder dizer algo, mas estou muito diminuído nas minhas qualidades, e a minha memória foi-se embora, peço desculpa por isso, mas não tenho condições”, afirmou o antigo banqueiro.

“Só agradeço a sua atenção”, concluiu Ricardo Salgado no final das alegações finais no julgamento em que é acusado de ter protagonizado três blocos de transferências que tiraram 10,7 milhões de euros do Grupo Espírito Santo para a sua esfera pessoal.

Tinham sido palavras idênticas as que o antigo banqueiro tinha dirigido ao juiz no início da sessão, a primeira em que surgiu perante o tribunal. “Meritíssimo, eu não estou em condições de prestar declarações. Foi-me atribuída uma doença de Alzheimer”, dissera.

Dez anos vs absolvição

Estas foram as alegações finais do julgamento a três crimes de abuso de confiança As imputações de abuso de confiança são aquelas que restaram depois da instrução levada a cabo pelo juiz de instrução Ivo Rosa na Operação Marquês. Para trás ficou a acusação da prática de crimes de corrupção ativa, de branqueamento de capitais, de falsificação de documentos e de fraude fiscal qualificada.

Nas alegações finais, o Ministério Público pediu dez anos de prisão pelos três crimes de abuso de confiança, por considerar que não há arrependimento, e que as verbas que foram alegadamente apropriadas são de uma dimensão que nenhum português médio vê ao longo da sua vida.

Já a defesa de Ricardo Salgado acusou o procurador da República Vítor Pinto de “fingir” que não sabe da doença de Alzheimer e de ser “desumano”. Apesar de pedir a absolvição dos crimes, Francisco Proença de Carvalho declarou que não pode ser admissível qualquer pena de prisão efetiva apontada a Ricardo Salgado e que, por isso, a acontecer, que seja suspensa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate