A Ikea está atenta à concorrência de plataformas como OLX, eBay, Craigslist e Gumtree na venda de mobiliário em segunda mão, e vai lançar uma nova marca para não deixar escapar esse segmento do mercado, escreve o “Financial Times” esta segunda-feira (26).
A nova plataforma, chamada Ikea Preowned, em tradução livre “Ikea Usados”, vai ser testada em Madrid e Oslo até ao fim do ano, sendo que o objetivo passa pela sua disponibilização a nível global, detalhou Jesper Bordin, CEO (presidente executivo) da Ingka, principal operadora de lojas Ikea a nível mundial, ao FT. Não foi possível à Ikea Portugal responder em tempo útil às questões do Expresso sobre a chegada ao nosso país desta plataforma ou de um serviço equivalente.
Bordin afirma: “este tem sido um sonho em que temos estado a trabalhar há já algum tempo” e acrescenta que a Ikea está numa fase “em que podemos fazer coisas mais avançadas e interessantes. Há uma confiança incrível na evolução da empresa no digital”.
O avanço para esta nova plataforma, que os próprios consumidores podem usar para revender os móveis que compraram a este retalhista de mobiliário, é mais um passo na aproximação da marca sueca aos clientes, que tem evoluído do modelo tradicional de lojas nos arredores dos grandes centros para uma aposta maior nas vendas online, em pequenas lojas no centro das cidades e serviços de entrega e montagem.
'Ikea Preowned' não é a estreia na venda de usados
A marca já teve, anteriormente, revenda de móveis usados na “Área Circular” das suas lojas, tratando-se de itens que adquiriu aos clientes para colocar à venda posteriormente. Em Portugal, a última vez que aconteceu uma campanha do género foi em dezembro, com vales de desconto, em alguns casos com bónus, para quem participou.
No entanto, a Ikea Preowned é vista como uma aposta mais ambiciosa, que procura chegar a clientes que estão a revender diretamente uns aos outros. Jesper Bordin acredita que a empresa que lidera terá, neste setor, uma quota de mercado superior à que detém na venda de novas mobílias.
Na nova app, os consumidores vão poder introduzir na plataforma o produto que querem revender, bem como as próprias fotografias que tenham tirado do produto e o preço que entendem cobrar, enquanto a base de dados da Ikea, com base em inteligência artificial, vai disponibilizar as próprias imagens promocionais, características e medidas. O comprador, posteriormente, recolherá a mobília diretamente junto do revendedor, que terá a opção de receber o valor em dinheiro ou como um vale da Ikea com um bónus de 15%.
Para já, o serviço não terá nenhum custo associado, mas Brodin assume que, no futuro, a marca poderá cobrar uma “comissão simbólica, uma comissão humilde”. “Vamos ver como corre, tendo em conta também a questão da poupança. Se muita gente usar esta oportunidade para ter um desconto no Ikea acho que é uma boa forma de nos voltarmos a ligar aos consumidores. Estou muito curioso. Acho que faz sentido para o negócio”, conclui.
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