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Turbulência na Boeing: o que se passa com os aviões do maior fabricante americano?

Turbulência na Boeing: o que se passa com os aviões do maior fabricante americano?
ANDY RAIN/EPA

Outrora uma referência de segurança e qualidade de voo, a Boeing iniciou a sua descida a pique em 2018 e 2019. Dois acidentes de aviação envolveram o modelo 737 Max e provocaram a morte de 346 pessoas. Nos últimos anos, os incidentes com aparelhos da empresa têm-se multiplicado, causando prejuízos financeiros e reputacionais sem precedentes

Maria Monteiro

Jornalista

A 5 de janeiro de 2024, a porta de um Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines soltou-se pouco depois de o aparelho ter descolado do aeroporto de Portland, nos Estados Unidos, causando a despressurização da cabine e a abertura de um buraco no aparelho que sugou roupas e telemóveis para o exterior. Poderia ter sido um acidente catastrófico, mas nenhum dos 174 passageiros que seguiam a bordo estava sentado nos dois lugares próximos da saída de emergência onde ocorreu o acidente.

O avião conseguiu aterrar em segurança depois de ter passado 35 minutos no ar, mas voltou a lançar a Boeing numa espiral de turbulência que se vinha desenhando há algum tempo. Outrora uma referência de segurança e qualidade no setor da aviação e a maior exportadora norte-americana, a Boeing ocupou uma posição dominante no mercado durante várias décadas. Não havia outra empresa que pudesse rivalizar com os seus produtos e preços.

“Eram aviões excelentes e muito fiáveis em todos os aspetos”, testemunha José Correia Guedes, comandante reformado da TAP e autor de livros sobre aviação. “Dizia-se, na altura, que eram aviões pensados não só para passageiros, mas também para pilotos [devido às suas características confiáveis]”, refere Correia Guedes, que pilotou aviões da Boeing, nomeadamente os modelos 727, 707 e 737, ao longo de quase 20 anos, entre meados dos anos 1950 e 1970.

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