Sonae fecha trimestre com quebra de 38,3% nos lucros

Volume de negócios da empresa cresce 12%, para 1,9 mil milhões de euros, mas lucros ficam nos 26 milhões
Volume de negócios da empresa cresce 12%, para 1,9 mil milhões de euros, mas lucros ficam nos 26 milhões
A Sonae fechou as contas do primeiro trimestre com uma quebra de 38,3% nos lucros, para os 26 milhões de euros, apesar da subida de 12% no volume de negócios consolidado, para 1,9 mil milhões de euros, anunciou o grupo liderado por Cláudia Azevedo esta quarta-feira.
O “apoio às famílias”, o aumento dos custos financeiros e o investimento na expansão e digitalização dos negócio justificam a quebra dos lucros, afirma a empresa no comunicado enviado à CMVM - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
Quanto ao aumento das vendas, foi suportado pelos ganhos de quota de mercado e pelos investimentos na expansão dos negócios, explica.
A Margem EBITDA subjacente foi de 7,3%, o que reflete uma quebra de 0,1 pontos percentuais ou nove pontos base em termos homólogos, para 137 milhões de euros e, diz a Sonae, este resultado reflete “os esforços contínuos para apoiar as famílias e absorver a pressão inflacionista, sobretudo nos formatos de retalho alimentar”.
O investimento consolidado cresceu 28% nos últimos 12 meses e atingiu os 659 milhões de euros, com expansão orgânica dos negócios e aquisições. No entanto, a dívida líquida “reduziu ligeiramente” em termos homólogos, para 922 milhões de euros.
Por negócios, o retalho alimentar (MC) cresceu 13,5% (11,8% numa base comparável), para os 1,5 mil milhões de euros num contexto de procura “pressionada pela inflação alimentar (20,5%) que continuou a afetar o poder de compra das famílias”.
Já a margem, diz o comunicado, “foi novamente impactada “pela absorção parcial pela MC da pressão inflacionista”. Mas as ações de melhoria da eficiência e a redução, em termos homólogos, dos custos de energia, permitiram “uma margem estável de 8,4%, com um EBITDA subjacente de 124 milhões de euros” num período em que o investimento somou 49 milhões de euros, maioritariamente adjudicados à remodelação e expansão da rede de lojas e à otimização de infraestruturas.
No retalho de eletrónica, o volume de negócios da Worten atingiu os 284 milhões de euros (+9%), com o online a atingir mais de 15% das vendas totais e a rentabilidade em linha com o ano passado (margem EBITDA subjacente de 4,3%).
A Zeitreel, no retalho de moda, faturou 96 milhões de euros, em linha com o mesmo trimestre do ano passado. “Relativamente à rentabilidade, o alargamento do período de saldos, aliado a uma maior pressão sobre a base de custos, traduziu-se numa margem de EBITDA subjacente inferior (cerca de 2,7%)”, refere a Sonae.
No retalho de desporto, em que o período em análise para a ISRG é novembro - janeiro, o grupo reporta a redução nos constrangimentos na cadeia de abastecimento e maior atividade promocional e um crescimento de 24% nas vendas face ao período homólogo, para 449 milhões de euros, com o online a representar 18% deste valor.
A contribuição da ISRG para os resultados da Sonae foi de 4,8 milhões de euros no trimestre.
A Sierra, no sector imobiliário, reporta um aumento de 21% nas vendas dos centros comerciais, numa base comparável e a melhoria de 0,9 pontos percentuais das taxas de ocupação na Europa, para 97,8%, a par de um aumento de 58% dos lucros, para 16 milhões de euros num trimestre que fechou com o NAV (Valor Patrimonial Líquido) da empresa nos 991 milhões de euros (+2%).
A Bright Pixel, depois de investir 14 milhões de euros na área da tecnologia, registou aumentos do NAV e do Capital Investido no portefólio ativo para 316 milhões de euros e 148 milhões, respetivamente.
Quanto ao Universo, serviços financeiros, manteve a sua base de clientes alinhada com o final de 2022, com a produção a aumentar 6,2% em termos homólogos, atingindo 239 milhões de euros, o volume de negócios a crescer 45% e e o stock de crédito a atingir 386 milhões de euros.
Para a NOS, nas telecomunicações, o ano começou com “um crescimento acelerado e uma dinâmica muito positiva no seu principal negócio de telecomunicações”, sublinha o comunicado. As vendas consolidadas da empresa cresceram 2,2% em termos homólogos, para 381 milhões de euros, o EBITDA atingiu 174 milhões (+8,8%) e o resultado líquido atribuível aos seus acionistas foi de 35 milhões. Com o aumento da participação da Sonae na empresa nos últimos 12 meses o seu contributo para as contas do grupo atingiu os 11,9 milhões de euros (8,9 milhões no ano passado).
No comentário ao desempenho do grupo no trimestre, a presidente executiva da Sonae começa por falar do contexto macroeconómico e geopolítico que se “mantém complexo e volátil em 2023”, para referir que a equipa “continua a trabalhar arduamente para mitigar os impactos desta situação".
Destacando a aprovação pelos acionistas de um dividendo de 0,0537 euros por ação, o que representa um aumento de 5% em termos homólogos, em linha com a política de dividendos da empresa, Cláudia Azevedo também olha para o futuro e assume o compromisso de toda a equipa com o propósito do grupo, “adaptando-se rapidamente para dar resposta aos riscos e oportunidades que irão surgir”.
E conclui: “A Sonae continuará a apoiar os seus negócios, preparando o seu portefólio para o futuro e procurando novas avenidas de crescimento para assegurar a criação de valor no longo prazo”.
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