Distribuição

“Os custos dos combustíveis estão a baixar e isso tem de se refletir nos preços [dos alimentos]”

“Os custos dos combustíveis estão a baixar e isso tem de se refletir nos preços [dos alimentos]”
ARTV

Foi desta forma que Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços se referiu esta quinta-feira, no Parlamento, na sua intervenção inicial no debate de urgência pedido pelo PCP, sobre especulação de preços de bens essenciais, num encontro que não contou com a ministra da Agricultura

O deputado João Dias, do PCP, abriu o debate de urgência pedido pelo seu partido sinalizando, desde logo, a ausência da ministra da Agricultura, quando “era aqui que hoje devia estar”.

Considerou “escandalosos” os lucros excessivos da grande distribuição, numa altura em que “a fome bate à porta” de muitas famílias portuguesas”, às quais o rendimento já não dá para comprar leite, arroz e outros alimentos básicos essenciais. E classificou mesmo que “esta situação é um assalto à carteira de todos nós”.

O deputado do PCP lembrou ainda que os lucros das grandes empresas de distribuição cresceram 20% a 30%, quando o rendimento dos agricultores caiu 12% no ano passado. João Dias exigiu medidas ao Governo para ajudar a equilibrar a situação e criticou o facto de ontem ter anunciado a criação de um selo do ‘preço justo’, quando “o Governo só tem um caminho: fixar preços”.

O secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços não se referiu ao tema, mas disse que “se os custos dos combustíveis e da eletricidade estão a baixar isso tem de se refletir nos preços e nós estamos já no terreno, a agir”. Nuno Fazenda disse mesmo que “este não é um governo de austeridade, mas um governo de solidariedade”.

André Ventura, deputado do Chega, contrapôs dizendo que “o Estado é quem mais está a ganhar por não baixar impostos, e é o Estado que está a ‘esmifrar’ os contribuintes”. E sugeriu ainda: “Senhor secretário de Estado, assuma que o Governo gosta de inflação. Mas, se tiver coragem, baixe os impostos aos portugueses, pois é isso que eles precisam neste momento”.

De volta ao tema dos preços especulativos nos alimentos, João Dias, do PCP, garante que “o PS não está preparado para enfrentar as grandes superfícies comerciais”.

Já Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, diz que “as pessoas estão a ser roubadas” pela grande distribuição e, “a pergunta que se coloca é: até quando?” O deputado do BE ridicularizou ainda o discurso oficial do Governo dizendo que “falta comida na mesa das pessoas e o trás um ‘selo’ [do preço justo]”.

João Dias, do PCP conclui: “Um selo? A sério? Senhor secretário de Estado, diga-nos lá o que vai fazer aos produtos com preços especulativos?”

Ficou sem resposta.

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