Economia

Inflação regressa à tendência de queda em junho e recua para os 2,8%

Inflação regressa à tendência de queda em junho e recua para os 2,8%

A taxa de inflação terá regressado à trajetória de queda em junho depois da subida de maio, anunciou o INE. A inflação na energia acelerou, ao passo que nos bens alimentares não-transformados terá abrandado

A taxa de inflação de junho caiu para os 2,8%, retomando a trajetória de queda depois de uma subida no mês anterior, anunciou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, 28 de junho.

A taxa de inflação subjacente, a que exclui no seu cálculo os produtos energéticos e os bens alimentares não-transformados, como fruta, legumes, carne e peixe crus, por serem de preço mais volátil, caiu para os 2,3%. Em maio, esta taxa, que sinaliza o quão duradoura, ou não, pode ser a tendência de subida dos preços, tinha-se fixado nos 2,7%.

Segundo a estimativa do INE, a taxa de inflação dos produtos energéticos foi de 9,4%, subindo em relação aos 7,8% de maio. Em sentido contrário, a taxa de inflação dos produtos alimentares não-transformados caiu para os 2% em junho, face a 2,5% do mês anterior.

As variações anteriores referem-se ao período homólogo, isto é, dão conta das subidas de preço que se registaram em junho em comparação com os preços no mesmo mês do ano anterior. Já em relação à evolução dos preços de um mês para o outro, não houve alterações: de maio para junho, a taxa de inflação em cadeia foi nula, quando de abril para maio fora de 0,2%.

Estima-se ainda que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, o indicador que permite comparações entre Estados-Membros da União Europeia, tenha caído para os 3,1% em junho, quando em maio se tinha fixado nos 3,8%. O INE justifica esta evolução "em grande medida" [com a] redução dos preços dos hotéis, cuja aceleração registada em maio se deveu essencialmente a um evento cultural de dimensão relevante ocorrido em Lisboa"

Isto porque a inflação de maio foi marcada por um epifenómeno musical. Uma análise mais fina dos dados permitiu constatar um aumento pronunciado dos preços do alojamento de um mês para o outro, dinâmica que o próprio INE atribui aos concertos da norte-americana Taylor Swift, em Lisboa.

Em maio, a taxa de inflação aumentou para 3,1%. Foi a primeira subida depois de dois meses de recuos e a primeira vez desde setembro que ultrapassou os 3%. O INE justificou esta subida com o "efeito de base associado à redução mensal de preços registada em maio de 2023 (-0,7%), no seguimento da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares".

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: pcgarcia@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate