Economia

Novo aeroporto: ANA disponível para trabalhar no imediato na decisão do Governo

Thierry Ligonnière, CEO da ANA
Thierry Ligonnière, CEO da ANA
NUNO BOTELHO

Concessionária controlada pela francesa Vinci não se irá opor à decisão do governo sobre a solução aeroportuária para Lisboa, cuja escolha recaiu sobre Alcochete, com a expansão do Aeroporto Humberto Delgado. ANA diz-se disponível para avançar

A ANA Aeroportos anunciou esta terça-feira que está disponível para trabalhar de imediato na decisão do Governo de avançar com um aeroporto em Alcochete e de aumentar a capacidade da Portela até à entrada em funcionamento da nova infraestrutura.

“A ANA – Aeroportos de Portugal reitera o seu compromisso com o desenvolvimento do setor aeroportuário nacional em benefício do turismo e da economia e está inteiramente disponível para trabalhar, no imediato, nas soluções hoje apresentadas pelo Governo”, referiu em comunicado enviado às redações.

A concessionária garantiu ainda que “vai dar seguimento ao processo de desenvolvimento desta decisão, nos termos do Contrato de Concessão”, que termina em 2062. O governo quer acelerar o processo, mas os prazos a que a ANA tem direito permitem que o processo só esteja concluída dentro de 36 meses.

A decisão aprovada pelo Governo em Conselho de Ministros extraordinário inclui o aumento da capacidade do atual aeroporto Humberto Delgado, até à entrada em funcionamento da nova infraestrutura, que o Governo antecipa não deverá acontecer antes de 2034.

A ANA tem sido uma defensora da manutenção do Aeroporto Humberto Delgado e a construção do Montijo como infraestrutura complementar.

Em audiência no parlamento na semana passada, os promotores do projeto para um aeroporto em Santarém levantaram dúvidas legais quanto à capacidade da ANA poder apresentar candidatura à concessão do aeroporto em Alcochete, por já ter apresentado uma para o Montijo, e disseram que os advogados que consultaram acreditam que será preciso lançar um concurso para a concessão do Aeroporto Luís de Camões, como o primeio ministro disse que a futura infraestrutura irá chamar-se.

A CTI publicou no dia 11 de março o relatório final da avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto, mantendo a recomendação de uma solução única em Alcochete, a mais vantajosa, ou Vendas Novas, mas apontou que Humberto Delgado + Santarém poderia ser uma solução transitória.

O PSD decidiu constituir um grupo de trabalho interno para analisar a localização do novo aeroporto de Lisboa, depois de ter acordado com o PS a constituição de uma CTI para fazer a avaliação ambiental estratégica.

O presidente social-democrata, Luís Montenegro, garantiu, antes de ser eleito, que a decisão seria tomada “nos primeiros dias” de Governo. Foi tomada nos primeiros 32 dias.

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