Economia

Sindicato da banca diz que atualização salarial do BCP (2,125%) "é manifestamente insuficiente"

Miguel Maya é o presidente da Comissão Executiva do Millennium bcp desde 2018
Miguel Maya é o presidente da Comissão Executiva do Millennium bcp desde 2018
Nuno Botelho

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) convida o BCP a melhorar a proposta que saiu da ronda negocial de quinta-feira, dia 22 de fevereiro. O sindicato pediu 5,8% de atualização salarial e o banco liderado por Miguel Maya propôs 2,125%

Sindicato da banca diz que atualização salarial do BCP (2,125%) "é manifestamente insuficiente"

Isabel Vicente

Jornalista

O Sindicato dos Quadros Bancários rejeita a proposta de atualização salarial para os trabalhadores no ativo e para os reformados, relativa a 2024, por parte do BCP e convida o banco a “repensar e reformular a sua proposta negocial”.

O sindicato diz que a proposta de 2,125% de atualização salarial para 2024 “é insuficiente e não compensa os trabalhadores no ativo e reformados”. Mais o sindicato afirma que se trata de uma “contraproposta manifestamente insuficiente”.

Quanto à proposta de aumento do subsídio de alimentação proposto pelo banco, liderado por Miguel Maya, e que passará a ter um valor diário de 13,5 euros, o sindicato nada diz.

Recorde-se que o sindicato tinha pedido 5,8% de atualização salarial para trabalhadores no ativo, reformados e pensões de sobrevivência.

"Convidamos o BCP a repensar e a reformular a sua posição negocial, aproximando-se de uma atualização dos salários e das pensões que se enquadre verdadeiramente no contexto inflacionista que se vive em Portugal, mas que reflita também os seus resultados operacionais”, diz Paulo Marcos, presidente do SNQTB.

O sindicato dos quadros apresentou também uma proposta para atualização salarial para 2025 de 4,3% (tabela salarial, pensões se reforma e de sobrevivência, bem como as demais cláusulas com expressão pecuniária).

Sindicato pressiona BCP a olhar para outras propostas da banca

O sindicato dos quadros diz, em comunicado, que existem “outras instituições de referência em Portugal que já assumiram valores percentuais de atualização muito superiores a 2,125%” - não cita o banco público, mas até agora só a CGD avançou com uma proposta superior entre 3% e 6,74% - sublinhando que “a banca tem condições, pelos resultados que teve e pelos ganhos de produtividade que alcançou em 2023, para ir mais além na sua proposta”. Por isso, é justo que haja, entre acionistas e trabalhadores, uma repartição mais equilibrada dos resultados alcançados.

O banco liderado por Miguel Maya vai apresentar os resultados anuais de 2023, na próxima segunda-feira, perspetivando-se um lucro considerável. Até setembro o banco apresentou 650,7 milhões de euros de lucro, mais sete vezes os 89,8 milhões registados a setembro de 2022.

O sindicato dos quadros referiu que “após a profunda reestruturação do banco, que ocorreu em 2021 e 2022, o BCP tem registado, continuados e relevantes lucros em 2023”, referindo que por isso o banco não deve, nem pode “ignorar os valores da inflação e do custo de vida atuais”, impondo-se “uma atualização bastante superior à que foi proposta pelo BCP”.

Até agora os bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho, avançaram com propostas de 2%, face às propostas de 5,8% do SNQTB e à dos sindicatos afetos à UGT (Mais Sindicato, SBN e SBC).

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