O sector do turismo diz que vai reduzir consumos em mais de 15%. Já os agricultores apelam a á construção “urgente” de transvases para se poder levar a água de norte (onde chove mais) para sul, onde a seca tem mais impacto
Uma semana depois de o Governo ter anunciado um pacote de medidas para enfrentar a seca no Algarve e no Alentejo, agricultores e empresários do turismo são unânimes num ponto: tudo o que se fizer para promover um uso eficiente da água é positivo, mas consideram as medidas anunciadas “insuficientes e tardias”.
“As decisões de fundo e de caráter estrutural continuam adiadas. Portugal é um país pequeno, onde chove muito a Norte e pouco a Sul. Toda a gente sabe que é assim. Para se poder ter água em todo o lado só há uma forma de o fazer, que é através dos transvases entre as bacias hidrográficas. Sabemos disto há décadas, só falta uma coisa: fazer”, enfatiza Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). Este responsável sublinha que “até agora nenhum Governo teve a coragem de enfrentar este problema de frente e, na prática, a realidade é que a situação se tem vindo a agravar em cada ano que passa. É mais ou menos como a construção do novo aeroporto de Lisboa. Todos dizem que é urgente, mas ninguém é capaz de dar início às obras”.
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