Economia

China limita exportações de grafite, matéria-prima essencial para baterias de veículos elétricos

China limita exportações de grafite, matéria-prima essencial para baterias de veículos elétricos
Thomas Peter/REUTERS

A partir de 1 de dezembro Pequim vai exigir licenças para a exportação de grafite, mas nem todos os tipos de grafite estão sob controlo. Entre os principais compradores de grafite da China encontram-se os EUA

A China vai exigir licenças de exportação para alguns produtos de grafite para proteger a segurança nacional, revelou o Ministério do Comércio, esta sexta-feira.

Segundo escreve a “Reuters”, a China é o maior produtor e exportador mundial de grafite e também transforma mais de 90% da grafite mundial no material que é usado em praticamente todas as baterias de veículos elétricos (EV).

Agora, numa altura em que vários governos estrangeiros aumentam a sua pressão sobre o país devido às suas práticas industriais, Pequim vai passar, a partir de 1 de dezembro, a exigir licenças de exportação.

A União Europeia está a ponderar a imposição de tarifas sobre EV fabricados na China e esta semana os Estados Unidos aumentaram as restrições ao acesso das empresas chinesas aos semicondutores.

O ministério disse que a medida "conduzia a garantir a segurança e a estabilidade da cadeia de abastecimento global e da cadeia industrial, e conduzia a uma melhor salvaguarda da segurança e dos interesses nacionais". Mas disse que não havia nenhum alvo específico.

Os principais compradores de grafite da China incluem o Japão, os Estados Unidos, a Índia e a Coreia do Sul.

Três tipos de grafite “altamente sensíveis” já estavam sob controlo temporário, disse o Ministério do Comércio, e estão incluídos na nova lista. Mas cinco tipos de grafite menos sensíveis utilizados em indústrias básicas, como a siderurgia, a metalurgia e a química, não estão sob este controlo.

Assim, a China garante o fornecimento interno de grafite para uso militar, como no setor aeroespacial, bem como a fabricação doméstica de baterias, disse à agência de notícias Chang Ke, analista da consultoria Mysteel.

Estas restrições são semelhantes às que estão em vigor desde agosto para dois metais produtores de semicondutores, o gálio e o germânio. As restrições reduziram recentemente as exportações desses metais da China e aumentaram os preços fora do país.

Ivan Lam, analista sénior da Counterpoint Research, disse à “Reuters” que é possível que o preço da grafite continue "a subir no futuro devido aos desequilíbrios na oferta e na procura, incluindo a Rússia, que era um dos principais fornecedores de grafite antes da guerra Rússia-Ucrânia”.

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