Governo sinaliza que juros devem ser elevados, mas os bancos não têm seguido a indicação
Os bancos têm conseguido ganhar com as taxas dos depósitos junto do Banco Central Europeu (BCE), hoje em dia nos 3,25%, e remunerar os seus depositantes com valores bem mais baixos, numa média de 1,03% em abril. Uma significativa diferença num sector que não tem necessidade de pagar mais para atrair aplicações, porque tem liquidez em excesso face ao crédito que concede. Os gestores da banca têm recusado que seja responsabilidade social subir os juros dos depósitos; ao invés, têm defendido que precisam de estabilizar a rentabilidade dos acionistas, que estiveram mais de uma década sem ver remunerado convenientemente o seu capital.
Com as taxas de juro do BCE a subir (taxa diretora em 3,75%), a procura por crédito tem caído, uma vez que está a tornar-se mais caro: por exemplo, a taxa de juro nos novos empréstimos à habitação estava em 3,98% em abril. E, com a carteira de crédito a recuar, não há uma necessidade de captar depósitos adicionais.
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