A Arábia Saudita e outros produtores da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados) fizeram um anúncio surpresa este domingo: vão reduzir a produção de barris diários. Estima-se que a diminuição seja de cerca de 1.16 milhões de barris diários, escreveu a Reuters. Os cortes arrancam em maio e podem prolongar-se até ao final do ano.
Segundo a agência noticiosa, há alertas de especialistas em como este passo pode levar a um aumento dos preços do petróleo. A empresa de investimentos Pickering Energy Partners estima que os preços do petróleo possam subir dez dólares americanos por barril, enquanto o analista Tamas Varga, da PVM Oil Associates, antecipa que o valor suba cerca de três dólares.
Segundo a Reuters, o ministério da Energia da Arábia Saudita disse que se tratava de uma medida preventiva destinada a manter a estabilidade do mercado. O país vai reduzir em 500 mil barris diários a sua produção, enquanto o Iraque vai produzir menos 211 mil barris. Seguem-se os Emirados Árabes Unidos com menos 144 mil barris, o Kuwait com um corte de 128 mil barris.
As decisões ao nível da produção de petróleo já geraram tensão nas relações entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos. Quando a OPEC anunciou em outubro que ia cortar a produção em cerca de dois milhões de barris por dia, com a justificação de contrariar uma possível queda na procura, os Estados Unidos ameaçaram que haveria “consequências” para a Arábia Saudita, sem entrar em detalhes.
A nível político, a Arábia Saudita deu sinais de aproximação à China. Pequim mediou as negociações entre a Arábia Saudita e o Irão, que levaram a que os dois países retomassem relações depois de sete anos de laços diplomáticos cortados. E recentemente a empresa Saudi Aramco anunciou que acordou com sócios da China a construção de uma refinaria com capacidade para refinar 300 mil barris por dia, escreveu a CNN Brasil.
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