Apaziguadora e apreciadora de factos, Ana Figueiredo prefere deixar a emoção de lado quando fala na relação com os reguladores e escolhe as palavras “diálogo e cooperação” para definir o caminho a seguir, mas não deixa de classificar como “milionária” e “desproporcional para o mercado português” a coima de €84 milhões que a Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou à MEO por alegado cartel com a Nowo — e de que a Altice recorreu.
Os reguladores têm de aligeirar as regras ou ser menos exigentes? “A regulação é bem-vinda. Mas tem de se modernizar, tal como nós fazemos com os serviços aos clientes. Valorizamos muito o papel dos reguladores, são essenciais na indústria, para cuidar e supervisionar o equilíbrio da dinâmica concorrencial. Mas é importante que o ambiente regulatório, legal e fiscal acompanhe o desenvolvimento da economia”, afirma. E sublinha que não quer focar isto na atuação dos reguladores portugueses, porque eles seguem regras europeias. “A Europa tem de adaptar-se. Temos regras que foram desenhadas no século passado, quando éramos analógicos. A Europa é altamente regulada, isso tem levado à perda de competitividade”, afirma Ana Figueiredo. E detalha: “Indústrias de capital intensivo como a nossa são indústrias de escala. Os EUA, com 300 milhões de habitantes, têm três operadores, a Europa tem 40.” A gestora sublinha ainda: “Não queremos benefícios, queremos previsibilidade, sem medidas retroativas. Gerir uma empresa em que os investimentos são elevados e recorrentes necessita de previsibilidade.”
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