Maria Luís Albuquerque vai fiscalizar o Morgan Stanley na União Europeia
Depois de ter cortado o vínculo ao IGCP, a ex-ministra das Finanças “rumou” para a Alemanha, onde será membro do conselho de supervisão de bancos do Morgan Stanley
Depois de ter cortado o vínculo ao IGCP, a ex-ministra das Finanças “rumou” para a Alemanha, onde será membro do conselho de supervisão de bancos do Morgan Stanley
A antiga ministra das Finanças de Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, foi nomeada para a cúpula das empresas que o grupo americano Morgan Stanley tem na União Europeia, mais propriamente na Alemanha.
Depois de noticiado pelo Jornal Económico, a ex-governante atualizou a sua página de Linkedin onde escreve que em setembro iniciou a função de membro do “supervisory board”, conselho de supervisão, de três unidades do grupo americano na Europa: o Morgan Stanley Europe Holding SE, o MS Europe SE e o MS Bank AG.
O conselho de supervisão é o órgão social que tem a missão de acompanhar e fiscalizar a atividade que é feita pelas comissões executivas. Além disso, Maria Luís Albuquerque, membro do Conselho Nacional do PSD, faz parte também das comissões de auditoria, risco e de nomeações dentro daquelas entidades.
Ao Expresso, Maria Luís Albuquerque não quis fazer comentários, confirmando que exerceria funções apenas nas entidades sediadas na União Europeia. O Morgan Stanley é um grupo americano fundado em 1935, estando na Alemanha desde 1987.
Uma personalidade que trabalhou de perto quando Maria Luís Albuquerque era responsável pelas Finanças (primeiro como secretária de Estado, depois como ministra) tem ligações ao Morgan Stanley: João Moreira Rato, ex-presidente do IGCP. João Moreira Rato, hoje em dia presidente não executivo do Banco CTT, continua a ser, segundo o relatório e contas da instituição, “senior adviser” do Morgan Stanley no Reino Unido, onde foi diretor executivo entre 2010 e 2012.
Esta não é a primeira experiência como não executiva numa instituição financeira. Em 2016, pouco depois de sair do Governo, Maria Luís Albuquerque foi para a administração, precisamente com funções de administração não executiva, na Arrow Global, grupo britânico que investe em crédito malparado e outros ativos dos quais a banca tradicional se quer desfazer.
Após sair da Arrow, em 2021, a economista voltou ao seu lugar de origem, o português IGCP, agência que gere a dívida pública portuguesa, de onde acabaria por sair no final do ano. Na sua carreira conta com passagens na Refer e na Direção-Geral do Tesouro e Finanças.
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