Musk avisa que Twitter corre o risco de falir

Elon Musk enviou um email aos funcionários da rede social a avisar que o Twitter pode vir a ter de declarar falência no futuro se não conseguir arranjar fontes alternativas de receita
Elon Musk enviou um email aos funcionários da rede social a avisar que o Twitter pode vir a ter de declarar falência no futuro se não conseguir arranjar fontes alternativas de receita
Elon Musk diz que uma eventual crise económica pode ser fatal para a empresa, se não compensar a queda do investimento publicitário sentido entre as tecnológicas, agravado pela desconfiança das marcas em relação à estratégia (ou falta dela) do novo dono do Twitter. Para Musk, metade das receitas devem vir de assinaturas de serviços.
"Desculpem que este seja o meu primeiro e-mail para toda a empresa, mas não há forma de atenuar a mensagem. Sem uma receita significativa de assinaturas, há uma boa hipótese de o Twitter não sobreviver à próxima crise. Precisamos que cerca de metade da nossa receita seja de subscrição", lia-se no e-mail.
A forma errática de gerir e de tratar os funcionários - depois dos despedimentos, anunciou o regresso do trabalho presencial obrigatório para os profissionais do Twitter, com qualquer excepção à regra a ter de ser aprovada pelo próprio Musk, e o mínimo de 40 horas semanais de trabalho - a somar-se às alterações do modelo de negócio do Twitter deu origem à saída de altos quadros técnicos.
O mais recente é Yoel Roth, responsável até esta quinta-feira pela estratégia de combate ao discurso de ódio, desinformação e spam, tendo-se demitido, segundo a Reuters.
Depois de comprar o Twitter, de despedir metade do quadro de pessoal, e de implementar novas formas de angariar receita altamente contestadas, Musk resolveu implementar mudanças nas contas verificadas. Antes, estes eram perfis em que a identidade do titular está garantida por um processo interno de verificação. Um visto azul ao lado do nome era o sinal dessa garantia.
Com a chegada de Musk, o milionário apostou em rendibilizar os perfis verificados, possibilitando aos utilizadores ter o tal visto azul a troco de 8 dólares mensais, uma nova linha de negócio para colmatar a desconfiança, e a debandada, de muitos anunciantes.
A possibilidade de adquirir este “visto” deu origem a que, nos últimos dias, centenas de contas falsas de personalidades e de empresas se apresentassem como legítimas, divulgando mensagens erradas que, dada a “verificação”, podem muito bem ter sido encaradas como verdadeiras por muitos.
Como uma conta paródia verificada da farmacêutica Eli Lilly, que anunciou que a insulina que produzia passaria a ser gratuita - algo prontamente desmentido pela farmacêutica na sua conta real - um tema quente nos Estados Unidos, país em que o preço dos cuidados médicos e dos produtos farmacêuticos é substancialmente elevado.
E ainda mais depois de, num recente pacote legislativo aprovado pela administração Biden, o tecto máximo universal para o preço da insulina ter caído das medidas a implementar, ficando restringido aos beneficiários do seguro federal de saúde Medicare.
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