Moda europeia exporta menos 47% para a Rússia

O ano tinha começado com um crescimento de 20% nas exportações têxteis europeias para a Rússia, mas a guerra mudou tudo
O ano tinha começado com um crescimento de 20% nas exportações têxteis europeias para a Rússia, mas a guerra mudou tudo
Quanto custa a guerra da Ucrânia à indústria europeia da moda? Uma das respostas possíveis é agora dada pela Icex Spain Export and Investment e indica que entre março e agosto as vendas de vestuário, calçado, acessórios e perfumaria para o mercado russo caíram 47,4%, para 1,6 mil milhões de euros.
E há outro número a considerar: no que respeita às exportações do sector têxtil e do vestuário europeu, o custo da guerra já passa os 1,6 mil milhões de euros, indicam as estatísticas da Icex Spain Export and Investment, citadas pelo jornal T, da ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal.
São números que contrastam com os registos do sector no arranque do ano, uma vez que as exportações da fileira para a Rússia aumentaram 20,3% só em janeiro. Já em julho caíram 39,1% e em agosto 39,7%.
Para esta mudança pesou a saída de algumas das maiores empresas do sector da moda da Rússia, quase sempre com a venda de ativos imobiliários a investidores locais, como aconteceu com marcas como a Mango, Tous, Reebok ou Sephora.
A Inditex acordou recentemente vender os seus negócios na Federação Russa ao grupo Daher – proprietário da Azadea, um dos maiores distribuidores do Médio Oriente, mas também já tinha suspenso a atividade no país desde 5 de março.
No caso da indústria portuguesa, as exportações da fileira da moda para a Rússia também registaram descidas acentuadas até junho, em especial no segmento de vestuário e acessórios em malha, que caiu 68,1%, para os 415 mil euros.
No caso do “vestuário e acessórios não malha”, a quebra foi de 40,2% (257 mil euros), enquanto o calçado perdeu 32,1%, ficando nos 3,2 milhões de euros, indicam os números do INE - Instituto Nacional de Estatística
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