Economia

Presidente executivo da Vodafone diz que foram os clientes o que motivou a compra da Nowo e não a anulação de um concorrente

Mário Vaz, presidente-executivo da Vodafone Portugal deixa a liderança a Luís Lopes
Mário Vaz, presidente-executivo da Vodafone Portugal deixa a liderança a Luís Lopes
Alberto Frias

Será em novembro que a Vodafone irá notificar a Autoridade da Concorrência e a Anacom da compra da Nowo. Mário Vaz não vê motivos para que a operação seja chumbada. A haver remédios será ao nível do espetro do 5G

A operação de compra da Nowo deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2023, antevê o presidente da Vodafone Portugal, Mário Vaz, que não vê razões para que o supervisor da Concorrência chumbe o negócio.

Num encontro comemorativo dos 30 anos da Vodafone Portugal, que nasceu como Telecel, Mário Vaz negou que a motivar o interesse na compra da Nowo tenham estado as licenças 5G da operadora espanhola, ou a eliminação de um concorrente. "Não foi a compra de espetro [para o 5G] que motivou a compra da Nowo", precisou Mário Vaz, salientando que a Vodafone ficou com o espetro que pretende no leilão da quinta geração de rede móvel.

Foi a carteira de clientes da Nowo - detentora da antiga Cabovisão - que ascendem a 250 mil no segmento móvel e a 140 mil no fixo, que levaram a Vodafone a avançar.
O gestor não quis avançar o valor do negócio, que a imprensa espanhola noticiou que poderá ascender a 150 milhões de euros. Mário Vaz fez questão de salientar de que foi a primeira vez em 30 anos que a Vodafone cresceu por aquisição em Portugal e não de forma orgânica.

A notificação da operação aos reguladores só irá ocorrer na primeira quinzena de novembro, adiantou o gestor, afirmando que o processo não avançou ainda por falta de alguns documentos. Mário Vaz está confiante de que o negócio se fará, e não espera que os compromissos, os chamados remédios, sejam significativos. A existirem, serão relativamente ao espetro de rede de 5G, admite.

Para os clientes que migrarem na Nowo para a Vodafone não haverá custos adicionais, assegurou Mário Vaz. A Nowo, recorde-se, usa a rede da Altice Portugal.

A compra da Nowo, o quarto operador de telecomunicações em Portugal e um dos que foram ao leilão da rede de 5G, foi anunciada a 30 de setembro.

Mário Vaz considera que a consolidação do setor das telecomunicações em Portugal acabará por acontecer mais cedo ou mais tarde porque o mercado não tem dimensão para ter mais do que três operadores.

"É inevitável. Vai ter de haver consolidação", salientou. "A dimensão é essencial num negócio como o nosso", frisou.


“Diria que no mercado, a longo prazo, não vejo mais de três [operadores], sublinhou. O mercado português “é demasiado pequeno para os operadores que temos”. E exemplificou: ”olhem para Espanha", onde se tem assistido a um processo de consolidação no último ano.

Com o 5G, o mercado português passou a ter cinco operadores: a Vodafone, a Meo, a Nos, a Nowo e Digi. Mário Vaz considera que a prazo, dois irão desaparecer. Se tudo correr como o previsto, a Nowo será o primeiro, já que será comprado pela Vodafone.


Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: ACampos@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas