A Comissão de Trabalhadores do Santander e a administração do banco acertaram medidas para mitigar os efeitos da subida do custo de vida, assim como outras matérias que permitem abranger apoios a mais trabalhadores .
Em comunicado a que o Expresso teve acesso, - enviado aos trabalhadores - a Comissão Nacional de Trabalhadores do Santander dá nota de que as "após intensas negociações", a administração do banco, liderada por Pedro Castro Almeida, acolheu a maioria das propostas.
Entre as medidas está o pagamento de um de um prémio de 750 euros “extraordinário e suplementar já em outubro para os trabalhadores com rendimentos até 30.000 euros por ano (que engloba o vencimento mensal efetivo vezes 14 meses)”.
No mesmo pacote de negociações está ainda o aumento do valor de referência para a obtenção de benefícios para receber o valor mínimo do passe (50% do custo) ou o apoio de propinas a filhos e enteados.
No comunicado lê-se que este valor "era limitado a 2400 euros (brutos) mas passou a 2500 (brutos)". Ou seja, o universo de trabalhadores que irá receber 50% do valor do passe social vai aumentar.
O mesmo acontecerá com o universo de trabalhadores que podia aceder a um apoio de 310 euros por ano por filho e ou enteado, já que passam a poder receber este valor quem aufira 2500 euros por mês.
No âmbito das negociações que decorrem há muitos meses, foi ainda conseguido a antecipação até 50% do subsídio de Natal. "Em 2023 o banco vai permitir a todos os trabalhadores a possibilidade de anteciparem o subsídio de Natal até 50% do seu valor".
O Santander não é o único banco a avançar com este tipo de medidas. A sucursal do espanhol Bankinter também já o fez.
A CT tem a expectativa de "que seja definitivamente aprovada a atualização do salário mínimo praticado no banco de 1200 euros para 1400 euros ".
Acordo não reflete todas as reivindicações
A CT do Santander, coordenada por Jorge Mendes, diz ainda no comunicado que o acordo firmado “apesar de não refletirem todas as nossas reivindicações” foi feito um esforço. "As propostas já aprovadas têm como propósito mitigar o impacto dos fatores económicos adversos associados à inflação, tendo como consequência a degradação do poder de compra dos trabalhadores".
A CT considera que "seria mais justo a atribuição a todos os trabalhadores, sem exceção, do prémio extraordinário a liquidar em Outubro". Até porque o Santander registou lucros de 241 milhões no primeiro semestre o que reflete o "esforço e empenho de todos os trabalhadores".
Diz também que, embora a CT valorize estas medidas "considera ainda insuficiente o esforço para fazer face à escalada de preços generalizados que assola toda a Europa em geral e Portugal em particular".
Refere que todas as medidas “são importantes mas, neste momento, aquelas que têm maior impacto no rendimento disponível são certamente as mais valorizadas pelos trabalhadores”.
E, nesse sentido, a CNT "mantém as negociações com a administração para que se retome à “boa prática” de
processar, já em Janeiro de 2023, um aumento salarial para todos os trabalhadores com um valor mínimo de acordo com a disponibilidade do Santander e que, posteriormente ao fecho das negociações com os Sindicatos, seria atualizado com retroatividade".
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