Economia

A época é de Verão, mas o crescimento da economia portuguesa continua morno

Foto: Getty Images
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Atividade económica inverteu a trajetória de abrandamento que se vinha sentindo em agosto. Ainda assim, no final do mês cresceu pouco acima de 1% face ao ano passado, sinaliza o Banco de Portugal

Morno. Assim tem sido o comportamento da atividade económica em Portugal em agosto, em pleno Verão e na época alta do turismo. O desempenho do sector tem sido forte, mas o crescimento da economia permanece modesto. Ainda assim, no final do mês, conseguiu inverter a trajetória de abrandamento que se vinha sentindo ao longo de agosto, sinaliza o o indicador diário de atividade económica (DEI), calculado pelo Banco de Portugal (BdP).

Os dados foram atualizados esta quinta-feira e, segundo uma nota publicada pelo BdP na sua página na internet, “na semana terminada a 28 de agosto, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma taxa de variação homóloga da atividade próxima da observada na semana anterior."

Próxima, mas superior, indicam os números publicados pelo banco central. Nessa semana – que abrange o período entre 22 de agosto e 28 de agosto –, a média móvel semanal do DEI indica um crescimento homólogo da atividade económica de 1,4%.

Isto depois de na semana anterior – que abrange o período entre 15 de agosto e 21 de agosto – ter registado uma expansão de 0,7%%. Já na segunda semana de agosto, o DEI sinalizava um crescimento da atividade económica em Portugal de 3,7%, depois de ter arrancado o mês a crescer 7,5%.

Com a entrada de julho, e o início da época mais forte do turismo em Portugal, este indicador compósito, que procura traçar, quase em tempo real, um retrato da evolução da atividade económica no país, acelerou, sinalizando um crescimento mais expressivo em relação ao mesmo período do ano passado.

Contudo, num contexto marcado pela elevada inflação, impulsionada pelos preços da energia, e pela subida das taxas de juro, perdeu sucessivamente força em agosto. Uma trajetória invertida no final do mês, mas com o crescimento a permanecer modesto.

O BdP calcula também a taxa trienal do DEI, que traduz o crescimento acumulado num período de três anos, ou seja, entre 2019 - antes da crise pandémica - e 2022. Ora, este indicador está em terreno positivo desde meados de fevereiro, com exceção de um curto período entre no início de junho, sinalizando que a atividade económica em Portugal está acima do patamar pré-crise.

Foi isso que aconteceu também na semana terminada a 28 de agosto, embora por uma margem muito curta, já que esta taxa situou-se em 0,4%. Número que significa um abrandamento face aos 2,4% registados na semana anterior.

O DEI é um indicador compósito, calculado pelo BdP, que reúne dados de alta frequência e procura traçar um retrato, quase em tempo real, da evolução da atividade económica em Portugal. Assim, cobre diversas dimensões, sumariando a informação das seguintes variáveis diárias: tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes. Os dados são habitualmente atualizados à quinta-feira pelo BdP, podendo os valores passados ser revistos pelo banco central.

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