Com o desemprego em valores mínimos e a população empregada em máximos, basta fazer contas para perceber que contratar profissionais é cada vez mais difícil, sobretudo para sectores mais intensivos em mão-de-obra, como a agricultura, construção, hotelaria ou restauração. À agricultura faltam cerca de "cinco milhares" de recursos humanos diferenciados", diz o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), à construção faltam 80 mil e o turismo continua, segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), com menos 61 mil trabalhadores do que tinha antes da pandemia. Recurso à contratação de imigrantes pode ser parte da solução mas não é a única via, sinalizam os líderes das associações sectoriais que pedem ao Governo medidas para mitigar a escassez de trabalhadores.
Comecemos pelos números. Os dados do INE relativos ao segundo trimestre de 2022, publicados recentemente, traçam o retrato de um país onde o emprego total está acima do mesmo período de 2019, e no nível mais elevado desde 2011. No segundo trimestre, a taxa de desemprego recuou para 5,7%, valor inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) ao dos primeiros três meses deste ano e 1 p.p. abaixo do segundo trimestre de 2021. Os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) apontam na mesma direção: em julho deste ano, os centros de emprego nacionais contabilizavam 277.466 desempregados inscritos, o valor mais baixo desde 2003, ano em que se inicia a atual série estatística do serviço público de emprego.
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