O Instituto Nacional de Estatística divulgou os números finais do turismo de 2021, ano de transição entre a paragem completa do setor em 2020 e a recuperação rápida de 2022, ano que está a ser marcado por um verão caótico para milhões de turistas na Europa e no resto do mundo, com os aeroportos e estações de comboios inundados de passageiros e sem capacidade para recebê-los.
No ano passado, que ainda teve um confinamento longo no primeiro trimestre, e que só viu a maior parte das restrições de contenção da pandemia da covid-19 serem levantadas nos últimos meses, registou-se um aumento de 48,4% do número de turistas não residentes a chegar a Portugal face a 2020.
Face a 2019, o último ano sem o efeito da pandemia, a queda foi de 61%. Visitaram o País 9,6 milhões de turistas não-residentes em 2021. Os dados são do Instituto Nacional de Estatística, que divulgou esta quinta-feira, 7 de julho, a estatísticas de turismo para o ano de 2021.
A maioria dos turistas que nos visitou foi de Espanha, com uma quota de 30,2%. O interesse dos cidadãos do país vizinho em visitar Portugal aumentou marcadamente face a 2020, crescendo 57,3% no ano passado dos 1,8 milhões para os 2,9 milhões de visitantes. Seguem-se os franceses (1,5 milhões, um aumento de 46,2%, quota de 16,1%) e os britânicos (um milhão, aumento de 24%, quota de 10,6%)
Registaram-se, no ano passado, 16 milhões de hóspedes, um aumento de 36,9% face a 2020, e 42,6 milhões de dormidas, crescendo 40,7% face ao ano homólogo. Ficaram também aquém dos registos de 2019: 45,8% abaixo no número de hóspedes e 45,2% menos no número de dormidas.
Com o levantamento da maioria das barreiras transfronteiriças nos principais mercados emissores devido à pandemia, houve uma recuperação mais rápida das dormidas dos mercados externos, crescendo 50,1% face a 2020, cifrando-se nas 20,1 milhões de dormidas, ou 47,2% do total.
A despesa média por turista foi de 196,6 euros, crescendo 11,6% face a 2020 e ficando apenas 0,3% aquém da de 2019.
Portugueses também regressam ao turismo
Mais de metade das dormidas - 22,5 milhões, ou 52,8% do total - foi assegurada pelo mercado interno, isto é, pelos residentes em Portugal, uma quota que aumentou 33,2% em 2021.
Segundo o INE, as deslocações turísticas dos residentes em Portugal cresceram 21,6% e totalizaram os 17,5 milhões de viagens. O número de viagens em território nacional cresceu 20,2%, aumentando a um ritmo menor do que as viagens para o estrangeiro, cujo número subiu 48,8%. Face a 2019, ficaram 22,7% e 67,4%, respetivamente, abaixo do registo pré-pandemia.
Os portugueses, nas férias em Portugal, gastaram mais 11,8 euros do que em 2020 por turista (e mais 35,2 euros do que em 2019), num gasto médio de 170,1 euros.
Para o estrangeiro, os portugueses abriram mais os cordões à bolsa, despendendo mais 91,9 euros, em média, por turista, face a 2020, alçando o gasto médio para os 628,7 euros. Face a 2019, a diferença de gasto médio foi de mais 2 euros.