Economia

Restaurantes do Algarve, Lisboa e Porto com quebras perto de 50% na passagem de ano

A entrada em restaurantes nos dias 30, 31 de dezembro e 1 de janeiro estará sujeita à apresentação de teste negativo à covid-19
A entrada em restaurantes nos dias 30, 31 de dezembro e 1 de janeiro estará sujeita à apresentação de teste negativo à covid-19
JOSÉ COELHO/LUSA

Desde que houve a possibilidade de realizar autotestes tem havido algumas remarcações, mas no geral o cenário tem sido de cancelamentos, segundo a Associação Nacional de Restaurantes (PRO.VAR)

Os restaurantes das regiões do Algarve, Lisboa e Porto deverão ter "quebras na ordem dos 50%" na noite de passagem de ano, adiantou esta terça-feira o presidente da PRO.VAR -- Associação Nacional de Restaurantes, Daniel Serra.

Segundo Daniel Serra, a situação do sector da restauração é "pouco segura" e os empresários "não têm segurança se vão ter casa cheia".

"A situação não é boa. Aquilo que era esperado neste final de ano era que o mês de dezembro fosse muito bom, mas está a ser muito mau. Estes últimos dias têm sido bastante fracos pela confusão que existe em torno da obrigatoriedade de testes [de despiste à covid-19]", observou.

Segundo o presidente da PRO.VAR, "as quebras andarão na ordem os 50% no Algarve, Lisboa e Porto" na noite de passagem de ano, ainda que a possibilidade de realizar autotestes de despiste à covid-19 tenha originado algumas remarcações de reservas.

"A partir do momento em que houve o alargamento da possibilidade de realizar autotestes voltaram a existir remarcações, mas tem havido muitos cancelamentos", disse.

Daniel Serra notou também que, face ao período de contenção e aumento do número de novos casos, o setor da restauração está a registar "muitas perdas" e que a situação neste momento "não é muito fiável".

Numa missiva enviada aos secretários de Estado do Turismo e do Comércio, a que a Lusa teve hoje acesso, a PRO.VAR solicita com "urgência" a criação de um "gabinete de crise interministerial onde sejam determinadas medidas de salvação do setor" para resolver vários problemas relacionados com os apoios que foram, segundo a associação, "insuficientes ou até inexistentes".

"A dotação de mais de mil milhões que ficou disponível por já não ser utilizada na TAP, será fundamental para a atribuição de apoios imediatos ao setor da restauração. Estamos certos que esta verba irá ser determinante para salvar a maioria das empresas e evitar despedimentos de trabalhadores", observa a associação.

Defendendo que o setor precisa de ser "restabelecido", a PRO.VAR afirma que para cobrir perdas superiores a 25% é necessária a "atribuição de fundos perdidos, encontrando uma espécie de APOIAR 2.0", para apoiar as perdas de dezembro de 2021.

"Volvidos dois anos, seria catastrófico e muito censurável que o Governo não encontrasse a solução para resolver o problema financeiro destas empresas", nota.

A PRO.VAR solicita uma nova reunião para que possa "apresentar algumas ideias concretas que podem servir de base às soluções que se exigem".

Na passada terça-feira, a PRO.VAR apelou para que o Governo encontrasse uma "forma de apoiar substancialmente as empresas", prevendo "perdas incalculáveis" face ao anúncio das novas medidas restritivas de combate à pandemia.

Na quarta-feira, o presidente da PRO.VAR anunciava que centenas de restaurantes encerrariam em protesto no Natal e na passagem de ano. O protesto viria a ser cancelado na quinta-feira depois do Governo anunciar que os autotestes podem ser utilizados para aceder aos estabelecimentos quando feitos no local sob supervisão.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate