As ações da Greenvolt vão começar a negociar a 4,25 euros, o limite mínimo do intervalo definido pela empresa de energias renováveis no aumento de capital. O presidente executivo, João Manso Neto, desvaloriza: "4,25, 4,5, 5... são sempre baratos porque a empresa vale mais do que isto", disse o líder da empresa, acrescentando que, quando os títulos começarem a cotar, "o mercado dirá o valor da ação".
Sobre a fixação do preço das ações no limite mínimo do intervalo definido pela empresa na operação, nos 4,25 euros, o presidente da empresa reconheceu que "quando há um IPO [oferta pública inicial] há sempre um desconto. Este preço é um preço que está afetado por um desconto de liquidez normal", diz.
"Quando os acionistas fixaram este preço não é porque estavam distraídos. Era porque queríamos que os investidores ficassem satisfeitos", rematou, em resposta às perguntas dos jornalistas após a cerimónia de admissão da empresa à cotação no mercado português, esta quarta-feira.
Apesar de não divulgar o montante total da procura, Manso Neto considera que o aumento de capital foi "amplamente over-subscribed [subscrito em excesso]": "Na segunda-feira, no último dia, tínhamos um problema grave, a ver como se iria ratear os montantes tendo em conta a maneira como os investidores aderiram", disse Manso Neto. A resolução deste problema, diz, foi feita de forma "muito sensata, com critérios objetivos".
"Este ano tem havido muitos IPO a nível europeu e Portugal não é uma ilha. A nossa perspectiva é que em setembro ainda ia haver mais oferta. A análise que fizemos juntamente com os bancos [é que este] não é um momento mau. Não é um momento de euforia como no início do ano, mas em setembro seria pior", esclareceu.
A negociação dos títulos da Greenvolt arranca às 8h desta quinta-feira. Em setembro, espera Manso Neto, o objetivo é já cotar no PSI-20.
Biomassa para gerar fluxo de caixa
No que concerne à estratégia da subsidiária do grupo Altri para as renováveis, "a prioridade não é amontoar coisas, a prioridade é dar valor àquilo que já temos", esclarece Manso Neto.
"As vantagens competitivas não estão na dimensão nem no custo de capital", refere, apontando a presença no setor da biomassa - com cinco centrais em Portugal e uma no Reino Unido - e a preferência na construção de projetos de raiz em países onde seja "mais difícil" fazê-lo, como a Polónia, "para que depois possamos vender" a grandes players do setor", esclarece.
"Se alguma coisa se vender não será uma central de biomassa. O que acabará por se vender é o vento e o sol", antecipa. Na biomassa, uma "fonte de cash-flow estável," o objetivo é "manter centrais, otimizá-las e gerar cash-flow" que financie os projetos de vento e sol. O facto de ser uma área na qual as grandes renováveis não estão presentes valida a lógica geral. "Privilegiamos a escassez", resume.
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