Dúvidas sobre rede ultrapassadas: Nuno Vasconcellos será mesmo ouvido no inquérito ao Novo Banco

Nuno Vasconcellos vai mesmo ser ouvido na próxima quinta-feira, 20 de maio, pela comissão de inquérito ao Novo Banco. A confirmação chegou esta terça-feira, depois de o seu advogado ter sinalizado eventuais problemas de rede, como noticiou o Expresso.

A audição – por videoconferência, por estar no Brasil – estava agendada para quinta-feira, mas ainda não estava totalmente confirmada por uma questão de comunicações: o advogado de Nuno Vasconcellos enviara uma carta para a comissão de inquérito em que transmitiu que o antigo rosto da Ongoing tinha dificuldades de rede e que ainda teria de confirmar se poderia mesmo haver sessão.

Esta terça-feira, durante a audição de Luís Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal, o presidente da comissão, Fernando Negrão, adiantou que a audição vai mesmo realizar-se por videoconferência.

Vasconcellos será o quarto grande devedor do Novo Banco a ser ouvido pelos deputados do inquérito parlamentar, depois de Bernardo Moniz da Maia (Sogema), João Gama Leão (Prebuild) - que se deslocou de Madrid para ser ouvido - e Luís Filipe Vieira (Promovalor). O Novo Banco tem créditos acima de 600 milhões de euros à Ongoing, que não foram pagos - e estes créditos ainda estão no balanço do banco, já que o Fundo de Resolução não deixou que fossem vendidos no pacote de créditos Nata II, vendidos em 2019.

Com uma relação próxima com o BES, a Ongoing era a proprietária do "Diário Económico", foi acionista da PT e da Impresa (dona do Expresso). Sem dividendos da operadora, e com o fim do BES de Ricardo Salgado, a Ongoing acabou por ir para a insolvência, não sem antes contar com ajuda do Novo Banco no início da sua vida.

A comissão de acompanhamento do Novo Banco, criada em 2017, não teve capacidade para perceber se a Ongoing tinha, de facto, "substância" para poder vir a reembolsar a sua dívida.