No que respeita ao processo de privatização da Efacec,"tínhamos vontade de avançar mais depressa, mas o processo derrapou numa primeira fase", diz o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, antecipando que "tudo ficará garantidamente concluído até ao final do ano".
Em declarações aos jornalistas numa visita à sede da empresa, em Matosinhos, esta terça-feira, Siza Vieira confirmou que foram apresentadas 10 propostas para a reprivatização da Efacec, adiantando que o Conselho de Ministros vai, agora, decidir em cima da proposta da Parpública, numa das próximas reuniões, quem segue para a segunda fase e vai apresentar propostas vinculativas para comprar a maioria do capital". Quando? "Numa das próximas reuniões, esta semana ou na próxima", adiantou.
Quanto à visita, corresponde à concretização de um pedido feito pelo próprio Siza Vieira à administração da empresa no momento da nacionalização. Só aconteceu agora, mas "foi bom ter esperado porque pudemos perceber a evolução desde a nacionalização, ver que foi possível recuperar a atividade, regularizar com fornecedores, ter mais encomendas e um melhoria significativa de resultados operacionais que são positivos nos dois últimos trimestres".
"Em boas mãos"
O que viu, diz o ministro. "permite consolidar o projeto de futuro de uma empresa com um peso grande nas exportações de tecnologia industrial e são um bom sinal porque no processo de reprivatização a melhoria da situação da empresa torna mais credível a proposta dos interessados", que "são empresas muito credíveis, de várias origens e com várias características", acrescenta, sem esquecer uma nota sobre a presença da Parpublica na administração da empresa, ao lado do presidente da comissão executiva, Ângelo Ramalho: "permite um melhor acompanhamento do acionista Estado", sublinha.
"A empresa está em boas mãos", garante, admitindo que também é afetada pela escassez de chips e que o quadro criado à volta das cadeias logísticas obriga a gerir atrasos".
Sobre os resultados positivos dos dois últimos trimestres, não foram avançados números concretos, mas Ângelo Ramalho garantiu que a Efacec está com um nível de atividade 40% acima do ano passado, exporta 75% do que faz e, olhando aos últimos seis meses, "está a avançar no caminho da sustentabilidade". "Queremos devolver em resultados a confiança que nos foi dada", rematou.
E a indemnização a Isabel dos Santos?
Os valores em cima da mesa para a reprivatização não foram revelados. "As empresas deram valores distintos nas suas propostas. Agora vão ser afinados em função da análise mais detalhada que vão fazer da situação da Efacec e da atvidade positiva que esta tem tido", declarou Siza Vieira.
Relativamente a uma eventual redução de postos de trabalho, o ministro admitiu que "a empresa tem vindo a ajustar a força de trabalho a capacidade operacional desde há dois anos", "tem vindo a fazer ajustamentos" e viu sair "algumas centenas de trabalhadores, sempre por acordo". "É possível que nos próximos tempos esse processo continue, mas sempre de forma pacífica", admitiu.
"O que temos de assegurar é que a empresa é competitiva e viável no futuro. A preocupação é preservar o conhecimento acumulado, a competência que a Efacec manteve. O governo fez a privatização para proteger isso tudo", sublinhou Siza Vieira.
Outro ponto em aberto no dossier Efacec é a indemnização a pagar a Isabel dos Santos. "Os valores para que se apontam não são muito significativos. não vão fazer muita diferença no futuro da empresa", garantiu o ministro antes de avançar para a visita à obra feita na empresa, com destaque para os transformadores de potência de diferentes dimensões que estão a ser concluídos para clientes em diferentes países da Argélia à França.
Um deles, com um orçamento de um milhão de euros, já consumiu 2.500 horas de trabalho e vai seguir para França, para ser colocado ao lado Catedral de Nôtre Dame, no anel de Paris, que está a ser refeito para os Jogos Olímpicos de Verão de 2024.
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