Economia

Sonae Sierra. O negócio Sonae mais afetado pela pandemia e que deixa o poder político na mira das críticas do grupo

Sonae Sierra. O negócio Sonae mais afetado pela pandemia e que deixa o poder político  na mira das críticas do grupo
Rui Duarte Silva

"Em 2020, a Sonae Sierra foi severamente afetada pela pandemia", admite o grupo

"Em 2020, a Sonae Sierra foi severamente afetada pela pandemia". É assim que o grupo Sonae comenta o impacto da covid-19 neste negócio liderado por Fernando Guedes de Oliveira e afetado pelas "restrições do número de visitantes e/ou o encerramento de lojas impostas em todo o mundo".

"A Sonae Sierra foi a empresa mais impactada do portefólio da Sonae", assume a empresa, adiantando que as "as vendas dos lojistas e o número de visitantes diminuíram respetivamente 34% e 38%, em termos homólogos numa base Lfl (idêntica) .

Mas também faz uma comparação crítica entre o quadro vivido em Portugal e o resto da Europa: "Para além do efeito da pandemia, a atividade e os resultados da Sonae Sierra foram materialmente afetados por uma lei extraordinária e única imposta pela Assembleia da República portuguesa. Esta lei levou a um total de descontos de 54% nas rendas totais em Portugal em 2020, o que ultrapassa largamente qualquer outro país europeu onde a Sierra opera (e onde o desconto implícito foi em média de 26%)", sublinha o comunicado.

Considerando que "o carácter desproporcionado desta lei não se traduziu em nenhum benefício prático, social ou económico, uma vez que as taxas de cobrança e ocupação registadas em Portugal não divergiram de outros países", tendo até motivado "um aumento de litígios e volatilidade temporária desnecessária", a Sonae recorda que o Provedor de Justiça considerou a lei inconstitucional e encontra-se agora a ser revista pelo Tribunal Constitucional.

Mas o impacto nas contas é evidente: O resultado líquido da Sonae Sierra desde o início da pandemia (de abril a dezembro) situou-se em -89 milhões de euros, o que conduziu a um resultado líquido anual negativo de 42 milhões de euros. " Este resultado foi impulsionado pelo desempenho operacional negativo do portefólio de investimentos europeu da Sonae Sierra, e pela redução de 7% do valor dos ativos. Como resultado, o INREV NAV (valor liquido de ativos imobiliários não cotados) no final de 2020 situou-se em 902 milhões", precisa o grupo.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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