Novo Banco nomeia porta-voz para esclarecer matérias relativas à comissão parlamentar de inquérito

Para aliviar a pressão que vai ser colocada sobre o presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, o atual diretor de risco do Novo Banco, Carlos Brandão será a pessoa habilitada para responder a dúvidas e fazer esclarecimentos "em todos os assuntos que respeitem à Comissão Parlamentar de Inquérito em curso".

O Novo Banco adianta ao Expresso que Carlos Brandão poderá também responder a matérias que estão em curso no âmbito desta comissão parlamentar, como sejam as auditorias.

O objetivo, diz o banco "é reduzir o efeito da Comissão Parlamentar de Inquérito no dia a dia do Novo Banco, numa altura em que os desafios do retorno ao normal são essenciais e muitas das empresas portuguesas se preparam para lidar com a crise económica".

"A ideia será poder esclarecer em detalhe quaisquer dúvidas no âmbito da Comissão de Inquérito ao Novo Banco", refere o comunicado do banco esta quinta-feira, um dia depois de as audições terem começado.

António Ramalho afirma que “esta será uma oportunidade para esclarecer quaisquer dúvidas que ainda possam subsistir sobre o processo de capitalização do Novo Banco" e que "Carlos Brandão poderá contribuir decisivamente para esse esforço e enriquecerá o escrutínio sobre o nosso banco”.

Carlos Brandão chegou ao Novo Banco em 2017, após sair da presidência executiva do Bankinter. Foi também membro da comissão executiva do Barclays, com o pelouro do risco e controlo em Portugal e desempenhou funções no Santander Totta e BBVA.

A Comissão Parlamentar de Inquérito ao Novo Banco, que se centra nas perdas de vendas de ativos registadas e imputadas ao Fundo de Resolução, arrancou esta quarta-feira, com a audição de João Costa Pinto, ex-presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal e um dos responsáveis pelo relatório que avaliou a atuação do Banco de Portugal na Resolução do antigo BES.

Esta sexta-feira, 12 de março, serão ouvidos o diretor de supervisão do Banco de Portugal, Luís Costa Ferreira e o ex-vice-governador Pedro Duarte Neves.