Economia

João Portugal Ramos aposta no álcool gel para dar e vender

Novidade é embalá-lo nas caixas de cartão que costumam trazer três litros de vinho e torneira para o verter

O Grupo João Portugal Ramos, que é o segundo maior empregador da região de Estremoz e um dos dez maiores produtores privados de vinho no mercado nacional, decidiu aproveitar os fundos europeus para instalar uma linha de produção e enchimento de álcool gel na sua adega Vila Santa.

O investimento orçado em €498 mil será subsidiado em 95% pelo chamado sistema de incentivos à inovação produtiva no contexto da covid-19 do Portugal 2020.

Conhecido por marcas emblemáticas como o vinho Marquês de Borba ou a aguardente CR&F, este produtor decidiu inovar embalando o álcool gel numa bag in box de três litros, ou seja, naquelas caixas de cartão que costumam trazer um saco de vinho e uma torneirinha de plástico para o verter.

O produto não será apenas para comercializar, já que o grupo João Portugal Ramos também pretende fazer valer a sua rede de parcerias para apoiar instituições locais, autarquias e centros hospitalares.

“Sendo o grupo detentor da marca CR&F desde 2016, temos controlo e conhecimento sobre os canais de abastecimento de matéria-prima e por isso começámos a ser abordados por alguns clientes para lhes fornecermos este tipo de soluções”, explicou ao Expresso o próprio João Portugal Ramos.

“No início da pandemia, através duma parceria com a destilaria Levira, fizemos algumas doações de álcool gel a diversas instituições nas comunidades locais onde estamos presentes. O gesto, que na altura nos pareceu grande, foi na verdade simbólico para as imensas necessidades destas instituições”, acrescentou o fundador deste grupo vinícola que exporta cerca de 70% da sua produção para mais de 40 países.

Agora, “com a produção do nosso próprio álcool gel, vamos conseguir não só fornecer os nossos clientes como manter estes gestos solidários com as comunidades que nos rodeiam”, acrescenta João Portugal Ramos. “Além de que é mais uma forma de garantirmos que continuamos com toda a nossa equipa a trabalhar, sem lay-offs.”

Já o filho João Maria Portugal Ramos, que trabalha lado a lado com o pai no departamento de enologia e no departamento vitivinícola, realça o carácter diferenciador do produto que esta adega de Estremoz se prepara para colocar no mercado.

“É um bag in box, ou seja, uma caixa de três litros com uma torneira fácil de verter o seu conteúdo, mais prático que os típicos garrafões de cinco litros que as empresas e instituições compram. Permite o uso imediato, mas também é facilmente transferido para formatos mais pequenos se o cliente final assim o desejar”, explicou ao Expresso.

O último balanço da corrida aos incentivos que o Portugal 2020 abriu, em plena pandemia, para projetos de inovação produtiva no contexto da covid-19 revela que mais de um milhar de empresas se propuseram a investir acima de €700 milhões para estabelecer, reforçar ou reverter as suas capacidades de produção de bens e serviços destinados a combater esta doença. Cerca de um quinto das candidaturas veio do interior.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: economia@expresso.impresa.pt

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