Angola destrona a Rússia como maior fornecedor de petróleo a Portugal
Portugal importou menos petróleo no ano passado, recebendo menos crude da Rússia, Azerbaijão, Cazaquistão e Guiné Equatorial. Angola passou a ser o maior fornecedor nacional
Portugal importou menos petróleo no ano passado, recebendo menos crude da Rússia, Azerbaijão, Cazaquistão e Guiné Equatorial. Angola passou a ser o maior fornecedor nacional
Editor de Economia
Angola passou a ser o maior fornecedor de petróleo de Portugal. Em 2019 as importações portuguesas de petróleo angolano aumentaram 23%, para 2,47 milhões de toneladas, ultrapassando os fornecimentos petrolíferos oriundos da Rússia, que caíram mais de 50%, para 1,2 milhões de toneladas.
Os números constam do mais recente relatório anual da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) sobre a fatura energética portuguesa, revelando um aumento expressivo das importações petrolíferas de África, com subidas relevantes da entrada de petróleo da Argélia e Nigéria.
Angola ocupava em 2018 o segundo lugar entre os maiores fornecedores de petróleo, passando agora a liderar. A segunda posição passou a pertencer à Arábia Saudita, que forneceu a Portugal 1,25 milhões de toneladas de petróleo em 2019. O terceiro maior fornecedor é a Rússia, com 1,2 milhões de toneladas.
Seguem-se a Argélia, com 1,13 milhões de toneladas, o Azerbaijão, com 1,11 milhões de toneladas, e o Brasil, com 1,07 milhões de toneladas.
Além da descida das importações da Rússia, Portugal registou também quedas significativas nas importações petrolíferas do Azerbaijão, do Cazaquistão e da Guiné Equatorial.
Globalmente as importações portuguesas de petróleo em 2019 foram de 11,25 milhões de toneladas, menos que o registo de 12,6 milhões de toneladas do ano anterior. A um preço médio de 576 dólares por tonelada, Portugal importou no ano passado 5,35 mil milhões de dólares de petróleo bruto, o equivalente a 4,78 mil milhões de euros.
O relatório da DGEG mostra também que o saldo importador de energia teve em 2019 a primeira descida em três anos. Em 2019 Portugal teve um saldo importador de 4,74 mil milhões de euros (a diferença entre as importações totais e as exportações totais de produtos energéticos).
O país já tinha tido um ciclo de redução do seu saldo importador entre 2012 e 2016, ano em que o saldo foi de apenas 3,22 mil milhões de euros. Mas em 2017 a fatura subiu para 3,84 mil milhões e em 2018 voltou a escalar para 4,93 mil milhões de euros.
Os dados publicados pela DGEG mostram também uma redução do peso da energia na economia: o peso do saldo importador de produtos energéticos no saldo da balança de mercadorias baixou 5 pontos percentuais, de 28,6% em 2018 para 23,6% em 2019.
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