O Banco Santander manifestou esta quarta-feira "o seu sentido pesar pelo falecimento do seu presidente do conselho de administração", António Vieira Monteiro, de 73 anos, que "dedicou toda a sua carreira à atividade bancária, tendo sido administrador do Santander em Portugal desde 2000 e presidente da sua Comissão executiva entre 2012 e 2018".
António Vieira Monteiro foi a segunda vitima mortal do Covid-19 em Portugal, esta quarta-feira. Foi infetado no norte de Itália quando estava de férias.
O Santander destaca o facto de durante a sua liderança o banco ter consolidado e expandido a sua atividade em Portugal, "mantendo em permanência o rigor e a determinação que sempre o caracterizaram".
Pedro Castro e Almeida, que sucedeu a Vieira Monteiro na presidência executiva do Santander, afirmou: “Durante a liderança de António Vieira Monteiro, da qual tive o privilégio de fazer parte, pude sempre constatar a sua perserverança para tornar o Santander em Portugal numa instituição de referência". Acrescentou que "Vieira Monteiro era um profundo conhecedor do sector bancário, no qual trabalhou ao longo de várias décadas, tendo contribuído de forma muito relevante para aquilo que o Santander em Portugal é hoje: um banco líder, forte e com enorme capacidade para contribuir para o desenvolvimento do país”.
Também o "conselho de administração e os seus colaboradores endereçam as mais sinceras condolências à sua família e amigos. O legado de António Vieira Monteiro permanecerá sempre connosco".
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Faria de Oliveira, referiu ao Expresso estar "chocadíssimo. É um momento muito doloroso". Afirma que o sistema bancário "recordará António Vieira Monteiro como um dos seus grandes líderes. Teve uma carreira longa e brilhante, passando pela administração de vários bancos".
Sublinhou que além da "sua competência, sobressaía a sua forte personalidade e firmeza de caráter" e que a sua liderança no Santander "foi marcante, com resultados notórios. À APB prestou relevante contributo, nomeadamente enquanto membro da sua direção". Rematando que Vieira Monteiro "foi um ótimo amigo, por quem tinha grande apreço".
Também o BCP e o Novo Banco manifestaram notas de pesar. O BCP sublinha que o gestor teve "um percurso de grande relevância na banca portuguesa", e "deixa um legado notável no sector financeiro e na economia".
O presidente do Novo Banco, António Ramalho, deixou uma mensagem no Twitter, na qual lamenta a morte de Vieira Monteiro por Covid-19 dizendo que foi "um colega " que "geriu tantas crises com sucesso", e "sucumbiu no início de outra. Lembra-nos as palavras do Filipe Froes: esta crise vai exigir muito sangue e suor mas também algumas lágrimas. Adeus Vieira Monteiro.”
Também o Banco de Portugal deu nota em comunicado que Vieira Monteiro se destacou "pela sua prestigiante carreira profissional no sector financeiro".
O reitor da Universidade Nova de Lisboa, da qual Vieira Monteiro foi, durante oito anos, membro do conselho da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, e atualmente era membro do Conselho Geral da Nova, lembra o ex lider do Santander como estando "sempre do lado das soluções". João Sàágua sublinha ainda, em comunicado, que “António Vieira Monteiro tinha um forte sentido de responsabilidade social, tendo estado sempre disponível para apoiar a Universidade Nova de Lisboa”. Tendo também sido um forte impulsionador do Prémio de Investigação Colaborativa Santander/Nova".
Foi com enorme tristeza que o presidente executivo do Lloyds Bank, António Horta Osório, recebeu a noticia da morte de Vieira Monteiro. Horta Osório, em declarações à lusa recordou a “personalidade fortíssima” do ‘chairman’ do Santander Totta, assim como a sua “enorme experiência” de banca, "em particular, de crédito e empresas".
Horta Osório que conheceu Vieira Monteiro quando este já era vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos lembra que depois disso, mais tarde "trabalhámos juntos durante mais de 10 anos no Santander, depois de o ter chamado para liderar o conselho de crédito, quando comprámos o Totta ao António Champalimaud”.
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