As bolsas à escala mundial perderam na quinta-feira 9,5% da sua capitalização. Foi o maior trambolhão desde 1987, que fez recordar também os dias negros do Grande Crash de outubro de 1929.
Depois desta hecatombe, as praças europeias abriram esta sexta-feira a subir, com destaque para Madrid e Milão, que na sessão anterior haviam sido as mais castigadas. Em Lisboa, o PSI 20 regista uma subida de 1,1%. As praças da zona euro perderam 14% na quinta-feira e somam uma derrocada de 23% desde início do mês. As praças reanimaram-se depois de alguns reguladores (como a CNVM em Madrid) terem proibido operações de shortselling em relação às ações que registaram maiores quedas.
A situação de pandemia do coronavírus, a insatisfação dos investidores com o pacote aprovado pelo Banco Central Europeu, a gaffe de Christine Lagarde sobre Itália (dando a entender que o BCE largava o país que sofreu um disparo no prémio de risco), e a resposta ainda frouxa dos governos à crise económica e financeira em curso (se excetuarmos a China) fez disparar o pânico financeiro uma vez mais.
Na Ásia, no entanto, os índices bolsistas fecharam no vermelho, com exceção de Sydney, sob impacto do pacote de 17,6 mil milhões de dólares australianos (cerca de €10 mil milhões). A quebra mais importante deu-se na bolsa de Tóquio, com o índice Nikkei 225 a afundar-se 6%, tendo estado a cair 10% durante a sessão.
A sessão asiática acabou por não beneficiar do anúncio pelo Banco da Reserva Federal de Nova Iorque de que iria injectar no mercado interbancário 5,5 biliões de dólares (1,5 bilões esta quinta e sexta-feira) e da decisão do Banco do Japão em intervir massivamente no mercado da dívida adquirindo 700 mil milhões de ienes (5,9 mil milhões de euros) numa ação coordenada com o governo nipónico.
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