Economia

Pedro Soares dos Santos quer evitar a "gestão de curto prazo" que teve "efeitos nefastos na economia mundial"

Pedro Soares dos Santos, líder do grupo Jerónimo Martins
Pedro Soares dos Santos, líder do grupo Jerónimo Martins
Tiago Miranda

Projetos Expresso. O Chairman e Chief Executive Officer da Jerónimo Martins é um dos cinco nomeados para melhor CEO nos Prémios IRGA (Investor Relations & Governance Awards), promovido pela Deloitte com o apoio do Expresso. Nos próximos dias saiba o que os restantes nomeados a CEO, e três dos selecionados para melhor CFO (Chief Financial Officer), dizem sobre os grandes desafios das empresas portuguesas. No dia 19 são conhecidos os vencedores

É a grande preocupação de Pedro Soares dos Santos e dá pelo nome de 'curto prazo'. Tudo porque, na opinião do Chairman e CEO da Jerónimo Martins, este tipo de pensamento teve "efeitos nefastos na economia a nível mundial e na sustentabilidade ambiental e social." Por isso, quando questionado sobre os grandes desafios de governação e transparência que as empresas portuguesas enfrentam, o primeiro alerta que deixa é este. De resto, "os principais desafios para as empresas estão directamente relacionados com a capacidade que cada organização tem de criar valor partilhado, construir relações de confiança com as várias partes interessadas e assumirem uma cidadania corporativa activa nas sociedades de que fazem parte."

A trabalhar na dona da Pingo Doce desde 1983, chegou a CEO em 2013 e acredita que "o equilíbrio entre o desempenho no curto prazo e a sustentabilidade no médio e longo prazos, assim como a capacidade de alimentar um diálogo construtivo e transparente com os públicos internos e externos (incluindo os consumidores), e estar à altura de expectativas cada vez mais exigentes são os grandes desafios que se colocam hoje a quem conduz os negócios."

Pedro Soares dos Santos caracteriza os tempos que vivemos como incertos, o que aumenta a importância de "ter normas de actuação claras e fluxos de informação estabilizados, a par de uma política de abertura ao diálogo e uma cultura de transparência que assegura às empresas uma vantagem competitiva no mercado de capitais, na medida em que reforça a sua credibilidade e a confiança dos investidores." Estratégia seguida na empresa e que terá contribuído para que, em 2018, tenham batido recordes de vendas em todas as marcas do grupo e aumentado a quota de mercado nos países onde está presente.

Para o futuro, o CEO aconselha as empresas portuguesas a acompanharem "as tendências de incorporação de factores ESG (ambientais, sociais e de governação) nos seus modelos de gestão." Sem esquecer que "dada a multiplicidade de canais que caracteriza a comunicação do século XXI e a interligação em rede de stakeholders cada vez mais exigentes espera-se um reforço da atenção dada às práticas de governação por parte das empresas", com vista a manterem (e aumentarem) a sua reputação.

O Investor Relations & Governance Awards (IRGAwards), iniciativa promovida pela Deloitte, chega à sua 32ª edição com duas novas categorias de prémios: o Governance Initiative Award (que distingue melhorias no governo societário) e o Transformation Award (que premeia projetos de transformação nos negócios das empresas). Estes juntam-se aos já existentes Market Development Award e Lifetime Achievement Award e aos galardões para os CEO (presidente executivo), CFO (administrador financeiro) e IRO (Investor Relations) que melhor desenvolveram a sua relação com os investidores no ano anterior, neste caso, em 2018. Clique AQUI para saber mais sobre a distinção

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