É a grande preocupação de Pedro Soares dos Santos e dá pelo nome de 'curto prazo'. Tudo porque, na opinião do Chairman e CEO da Jerónimo Martins, este tipo de pensamento teve "efeitos nefastos na economia a nível mundial e na sustentabilidade ambiental e social." Por isso, quando questionado sobre os grandes desafios de governação e transparência que as empresas portuguesas enfrentam, o primeiro alerta que deixa é este. De resto, "os principais desafios para as empresas estão directamente relacionados com a capacidade que cada organização tem de criar valor partilhado, construir relações de confiança com as várias partes interessadas e assumirem uma cidadania corporativa activa nas sociedades de que fazem parte."
A trabalhar na dona da Pingo Doce desde 1983, chegou a CEO em 2013 e acredita que "o equilíbrio entre o desempenho no curto prazo e a sustentabilidade no médio e longo prazos, assim como a capacidade de alimentar um diálogo construtivo e transparente com os públicos internos e externos (incluindo os consumidores), e estar à altura de expectativas cada vez mais exigentes são os grandes desafios que se colocam hoje a quem conduz os negócios."
Pedro Soares dos Santos caracteriza os tempos que vivemos como incertos, o que aumenta a importância de "ter normas de actuação claras e fluxos de informação estabilizados, a par de uma política de abertura ao diálogo e uma cultura de transparência que assegura às empresas uma vantagem competitiva no mercado de capitais, na medida em que reforça a sua credibilidade e a confiança dos investidores." Estratégia seguida na empresa e que terá contribuído para que, em 2018, tenham batido recordes de vendas em todas as marcas do grupo e aumentado a quota de mercado nos países onde está presente.
Para o futuro, o CEO aconselha as empresas portuguesas a acompanharem "as tendências de incorporação de factores ESG (ambientais, sociais e de governação) nos seus modelos de gestão." Sem esquecer que "dada a multiplicidade de canais que caracteriza a comunicação do século XXI e a interligação em rede de stakeholders cada vez mais exigentes espera-se um reforço da atenção dada às práticas de governação por parte das empresas", com vista a manterem (e aumentarem) a sua reputação.
O Investor Relations & Governance Awards (IRGAwards), iniciativa promovida pela Deloitte, chega à sua 32ª edição com duas novas categorias de prémios: o Governance Initiative Award (que distingue melhorias no governo societário) e o Transformation Award (que premeia projetos de transformação nos negócios das empresas). Estes juntam-se aos já existentes Market Development Award e Lifetime Achievement Award e aos galardões para os CEO (presidente executivo), CFO (administrador financeiro) e IRO (Investor Relations) que melhor desenvolveram a sua relação com os investidores no ano anterior, neste caso, em 2018. Clique AQUI para saber mais sobre a distinção
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