Fernando Faria de Oliveira, que lidera a Associação Portuguesa de Bancos (APB), só tem elogios para Elisa Ferreira e considera que a sua indicação para comissária europeia é “certeira e feliz”. No entanto, o Banco de Portugal fica a perder com a sua saída para a Europa, já que a antiga ministra teve, enquanto supervisora, um "desempenho muito construtivo e marcante".
“A indicação da Prof. Dra. Elisa Ferreira para membro da Comissão Europeia é uma escolha certeira e feliz”, começa por dizer Faria de Oliveira ao Expresso, depois de o primeiro-ministro ter escolhido a atual vice-governadora do Banco de Portugal para integrar a Comissão Europeia liderada por Ursula von der Leyen.
“As qualidades pessoais e políticas da Prof. Elisa Ferreira, a sua competência e assertividade, são garantia de um desempenho efetivo e prestigiante em prole de uma melhor e mais solidária, justa e afirmativa Europa (que tem absoluta necessidade de novos impulsos para que a União Europeia dispute lideranças a nível mundial e dê mais esperança e tranquilidade aos seus cidadãos) e, assim, do desenvolvimento do nosso país”, específica o responsável da APB, ainda que não se saiba ainda que pasta vai a vice-governadora do supervisor bancário ocupar (de qualquer forma, Costa espera uma pasta de relevo).
Só que o facto de ir para Bruxelas faz com que deixe o Banco de Portugal, onde, assegura Faria de Oliveira, o seu trabalho estava a ser “excelente”: “Na qualidade de vice-governadora do Banco de Portugal realizou um excelente trabalho, quer a nível da sua presença e intervenção no Conselho do SSM [Mecanismo Único de Supervisão], quer a nível interno, de muita importância para o nosso sistema bancário”.
“A Prof. Elisa Ferreira teve, sem dúvida, um desempenho muito construtivo e marcante na sua passagem pelo BdP, em particular como responsável da supervisão prudencial, mas reconheço que o cargo que irá ocupar é definitivamente da máxima relevância para o projeto europeu e para a nossa intervenção e contributo no seu reforço e desenvolvimento”, admite, considerando que os seus sucessos serão “bons” para os cidadãos.
Elisa Ferreira está no Banco de Portugal desde 2016. Entrou como administradora para, menos de um ano depois, subir a vice-governadora. Era um dos nomes apontados como possível sucessora de Carlos Costa no cargo de governador – a sua saída deixa um xadrez por resolver no supervisor.
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