Economia

BCP reforçou pessoal mas colocou 10 milhões de lado para rescisões

Miguel Maya, presidente executivo do BCP
Miguel Maya, presidente executivo do BCP

O quadro de pessoal do BCP aumentou nos primeiros seis meses do ano, no mesmo período em que houve custos extraordinários para reestruturação

BCP reforçou pessoal mas colocou 10 milhões de lado para rescisões

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O Banco Comercial Português colocou, no primeiro semestre, 10 milhões de euros para reestruturação, que implicou a rescisão com trabalhadores. O líder da instituição financeira não quantifica o número de visados.

“Temos de adequar a nossa capacidade. As reestruturações têm um preço. Temos de estar preparados para que, em determinadas áreas, possa estar gente que não é necessária”, comentou Miguel Maya na conferência de apresentação de resultados do primeiro semestre.

O banco, no semestre em que conseguiu melhorar os lucros, registou custos de estrutura recorrentes (pessoal, gastos gerais, etc) de 525,8 milhões de euros. Além disso, contou ainda com custos de pessoal, extraordinários, de 10 milhões de euros.

“Todos os meses temos saídas de pessoas do BCP. Temos negociações com múltiplas pessoas, é uma organização dinâmica que está em adaptação ao novo contexto”, explicou."[Porém], não vou fazer 'disclosure' sobre pessoas que saíram ao abrigo deste programa".

Estas saídas têm lugar em áreas para que também possa haver o reforço de pessoal. No final de junho, o banco que tem a Fosun e a Sonangol como principais acionistas tinha 7.264 trabalhadores, acima dos 7.151 funcionários um ano antes. Houve um “reforço do quadro nas áreas digitais, incluindo internalização de outsourcers”, justifica a entidade bancária.

De qualquer forma, os custos são para emagrecer no futuro. O banco tem um rácio de custos sobre o produto bancário (cost-to-income) de 50%. Miguel Maya ressalva que está abaixo dos indicadores apresentados pelos concorrentes e que, portanto, até compara favoravelmente. Mas o objetivo da gestão é chegar a 2021 com um rácio de 40%.

Os investimentos feitos e os custos com a compensação aos trabalhadores pelos cortes salariais pressionaram este rácio, mas o CEO do BCP considera que os investimentos, por exemplo, vão ajudar a baixar o rácio (já que podem permitir uma quebra nos custos e um aumento do produto).

Em relação à possibilidade de virem aí novas descidas de juro diretoras da Zona Euro, ditadas pelo Banco Central Europeu, Miguel Maya assumiu que o banco não estava à espera desta realidade. “Saberemos vencer neste contexto mais desafiante. Temos capacidade para o fazer”. Sobre este tema, o presidente do BPI, Pablo Forero, assumiu que vinha aí um contexto difícil para a banca.

(notícia retificada para corrigir gralha no último parágrafo: onde se lia vender devia ler-se vencer)

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