Economia

Menos provisões, mais negócio: BCP consegue subida de 13% dos lucros

Menos provisões, mais negócio: BCP consegue subida de 13% dos lucros
TIAGO MIRANDA

BCP consegue registar lucros de 170 milhões de euros no primeiro semestre, uma melhoria face ao ano anterior

Menos provisões, mais negócio: BCP consegue subida de 13% dos lucros

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O Banco Comercial Português (BCP) atingiu um lucro de 169,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2019, um avanço de 12,7% em relação aos 150,6 milhões alcançados entre janeiro e junho de 2018.

A actividade em Portugal contou para 72,7 milhões de euros, atrás dos 83,7 milhões alcançados na operação internacional, segundo o comunicado de resultados enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Contudo, no estrangeiro, os contributos cederam: a Polónia e Moçambique geraram menos retorno (no primeiro caso, deveu-se à compra do Eurobank).

Dívida pública ajudou

Para o resultado deste período contou ainda um ganho de 13,5 milhões de euros, “resultante da alienação do Grupo Planfipsa em fevereiro de 2019”. Este grupo é do gestor do turismo André Jordan, tema sobre o qual o Expresso escreveu e o BCP nada quis dizer.

Olhando para a evolução do negócio, nos primeiros seis meses do ano, o BCP viu a sua margem financeira crescer 7,6% para se fixar nos 740,1 milhões. A grande ajuda veio deste indicador (que representa a diferença entre juros recebidos em créditos e juros pagos em depósitos) da unidade polaca.

Já as comissões cobradas aos clientes cresceram 0,6% para 342,2 milhões.

Houve ainda um crescimento das operações financeiras, devido à venda de títulos de dívida pública portuguesa, que rendeu 13,4 milhões.

Já os custos operacionais somaram 9,5% para 548,2 milhões de euros, sobretudo nos custos com pessoal. Aqui, está incluindo o total de 12,4 milhões com a compensação aos trabalhadores devido ao corte nos salários entre 2014 e 2017 e ainda 10 milhões de euros com a reestruturação. Excluindo estes efeitos extraordinários, os custos agravaram-se em 6,7%. “Estamos a investir”, justificou Miguel Maya na conferência de apresentação de resultados.

Já nas imparidades e provisões, há uma diminuição de 13,1% para 243,1 milhões de euros, com quebras nas imparidades constituídas especificamente para crédito. Cerca de 182 milhões são relativas à operação em Portugal.

Ativos tóxicos caem 25%

De qualquer modo, o BCP conseguiu reduzir o montante de ativos problemáticos. O rácio de NPE – exposições não produtivas, onde está o malparado – desceu de 13,2%, em junho de 2018, para 9,1%, na mesma data deste ano. É um total de 4.970 milhões, abaixo dos 6.666 milhões homólogos.

O crédito bruto a clientes estava em 54,7 mil milhões no fim do semestre, subindo 8,4% no último ano. O valor foi ajudado em especial pela compra do Eurobank pelo Bank Millennium, na Polónia, onde o BCP tem 50,1%.

O rácio de capital que mede o peso dos melhores fundos ficou em 12,2%, melhorando face aos 12% registados em dezembro.

(Notícia atualizada às 17.35 com mais informações)

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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