Economia

Estado chama interessados na compra dos antigos terrenos da Lisnave para reuniões

Estado chama interessados na compra dos antigos terrenos da Lisnave para reuniões
António Pedro Ferreira

Avança com atraso o processo de venda da Margueira, em Almada, e da entrega, por via de concessão, a privados da exploração de um terminal fluvial e de uma marina de recreio na mesma zona. Em maio, haverá sessões de apresentação do projeto que visa dar vida à zona dos antigos estaleiros da Lisnave

Estado chama interessados na compra dos antigos terrenos da Lisnave para reuniões

Diogo Cavaleiro

Jornalista

O Estado está a dar mais passos para se desfazer dos antigos terrenos onde operou a Lisnave, em Almada, ainda que com atraso. Neste momento, já oficializou que quer reunir-se com interessados. Em maio, haverá uma sessão para dar a conhecer o terreno e há espaço para encontros individuais.

“Convidam-se todos os operadores económicos a participar em sessão de apresentação e, caso pretendido, em reuniões individuais com representantes da Baía do Tejo”, indica um aviso publicado pela Baía do Tejo, empresa que pertence à sociedade estatal Parpública. A sessão coletiva ocorrerá dia 14, sendo que há possibilidade de agendar encontros individuais para os dois dias seguintes.

“A Baía do Tejo tem a intenção de proceder, durante o primeiro semestre de 2019, ao lançamento do concurso para a alienação de terrenos situados na antiga área industrial da Margueira, na margem sul do rio Tejo, e entrega para exploração, em regime de concessão, de duas áreas de domínio público hídrico, no mesmo território, destinadas à implantação de uma marina de recreio e de um terminal fluvial de passageiros”, acrescenta o aviso.

Estes terrenos estendem-se por uma área de 630 mil metros quadrados, sendo que a alienação será feita num único lote. Os estudos de avaliação do ativo estão já feitos, mas não são públicos. O presidente da Parpública, Miguel Cruz, avançou em entrevista ao Público que o novo aeroporto do Montijo ajudava a valorizar este negócio. Não só para os terrenos da Margueira, mas também para outros que compõem a vida da Baía do Tejo (terrenos da ex-CUF/Quimigal, no Barreiro, e da Siderurgia Nacional, no Seixal), integrados no projeto Arco Ribeirinho Sul, aprovado ainda no Governo de José Sócrates, em 2009.

É também desse ano o plano de urbanização (Almada Nascente - Cidade da Água), que afeta a Margueira. A operação de venda, agora prometida para maio, esteve prevista para o primeiro trimestre, como a Parpública assumia no primeiro trimestre do ano passado, mas o prazo não se concretizou.

O plano para esta zona é agora designado de Lisbon South Bay. Segundo o site oficial, o projeto promovido pela Baía do Tejo, está previsto um parque habitacional, um hotel, um museu, um centro de congressos, entre outros. O terminal fluvial intermodal terá capacidade para a ligação entre Almada e Lisboa, e a marina para 400 embarcações.

A presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, já afirmou publicamente que recebeu "muitas manifestações de interesse". "Tenho sido testemunha disso mesmo", continuou, referindo-se, por exemplo, a investidores coreanos.

Os terrenos dos estaleiros da Lisnave passaram para o Estado nos anos 90 sendo que, desde aí, estão degradados.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

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