Economia

Banco Montepio vai recorrer da condenação do Banco de Portugal

Carlos Tavares, presidente do banco Montepio
Carlos Tavares, presidente do banco Montepio
Marcos Borga

O Banco Montepio fez uma provisão por causa da coima aplicada pelo supervisor mas vai recorrer. Além disso, garante Carlos Tavares, "não pagamos as coimas aos ex-administradores", embora o banco lhes assegure as custas judiciais e os encargos com as suas defesas

Banco Montepio vai recorrer da condenação do Banco de Portugal

Isabel Vicente

Jornalista

Carlos Tavares assegurou esta segunda-feira que o o banco vai recorrer da condenação aplicada pelo Banco de Portugal por causa dos atos praticados durante a gestão de Tomás Correia. A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração depois da decisão ter sido analisada pelos advogados.

Questionado sobre se o seguro do Banco Montepio vai pagar as coimas dos quatro restantes administradores condenados, que a confirmarem - se ascendem no total a 2,4 milhões, Tavares reafirma o que o banco já havia respondido ao Expresso em Fevereiro. Ou seja, "não será o banco a pagar as coimas aplicadas aos ex - administradores".

Afirma contudo que as custas judiciais e os encargos dos mesmos com as suas defesas são pagas pelo banco que depois acionará o seguro que tem para estes casos.

"Vamos acionar o seguro", afirmou Carlos Tavares, que contudo não quis comentar o que o banco poderá fazer se o seguro não pagar estas faturas. Uma probabilidade que decorre do fato da atuação dos condenados, entre os quais Tomás Correia, ter sido de natureza dolosa e alguns destes seguros tomados pelos bancos excluirem do pagamento as atuações dolosas.

Carlos Tavares é atualmente 'chairman' do Banco Montepio, mas acabou por ser ele quem fez as honras da casa e liderou a apresentação das contas de um exercício em que foi simultaneamente 'chairman' e presidente executivo do banco.

5 auditoras consultadas

Na sessão para jornalistas, o banqueiro confirmou ainda que o banco está a fazer uma ronda ao mercado para contratar uma auditora que substitua a KPMG, tal como foi imposto pela CMVM.

Carlos Tavares esclareceu que estão a falar com 5 auditoras mas ainda não há decisão. Uma delas será a Deloitte, cujo presidente, Luís Magalhães, se cruzou com jornalistas à saída do edifício. Confrontado com este dado, Tavares confirmou precisamente que "a reunião de hoje teve a ver com a consulta que estamos a fazer".

As contas de 2018 são ainda da responsabilidade da KPMG e apenas as de 2019 já serão da responsabilidade da nova empresa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IVicente@expresso.impresa.pt

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