Banco Montepio praticamente duplica lucros para €12,6 milhões
Lucros do Banco Montepio ascenderam a 12,6 milhões de euros em 2018, um valor que compara com os 6,4 milhões um ano antes
Lucros do Banco Montepio ascenderam a 12,6 milhões de euros em 2018, um valor que compara com os 6,4 milhões um ano antes
Jornalista
O Banco Montepio fechou o exercício de 2018 com um lucro de 12,6 milhões de euros, praticamente duplicando o resultado anterior, de 6,4 milhões de euros. Para o aumento dos resultados contou especialmente a descida das imparidades, a descida das taxas de juros nos depósitos e a redução de custos com pessoal (0,2%) e em gastos administrativos (10,6%). Adicionalmente, referiu Dulce Mota, presidente executiva desde Fevereiro, foi feito um trabalho "muito razoável" no corte de custos operacionais", assim como uma contenção no decréscimo ao nível do crédito.
Entre o conjunto de operações não recorrentes com impato negativo no banco estão a venda do Banco Terra, em Moçambique, por via de efeitos cambiais determinou uma redução de 3,7 milhões de euros no resultado, a alienação de uma carteira de créditos em incumprimento no montante de 239 milhões de euros com impato negativo de 8,4 milhões nas contas, assim como a contabilização de uma provisão de 2,5 milhões de euros resultante da coima resultante no processo de contraordenacao do Banco de Portugal por infracções no período compreendido entre 2009 e 2014, quando este era liderado por Tomás Correia. O ex presidente do Banco Montepio, recorde-se, e mais sete ex-administradores também foram condenados no mesmo processo.
Para a evolução dos resultados atingidos em 2018 contribuiu também o impacto desfavorável associado a não realização de ganhos obtidos com a venda de dívida pública.
Porém, como explicou Carlos Tavares este fator foi compensado pela redução da constituição de imparidades que ascenderam a 76 milhões em 2018 quando em 2017 totalizaram 160 milhões. Por causa da necessidade de ajustamentos às normas contabisticad houve um reforço de 146 milhões por contrapartida de capitais próprios.
A margem financeira (diferença entre os juros pagos e juros cobrados) caiu 6,8% refletindo sobretudo o impacto negativo associado à ausência de rendimento da carteira de títulos de dívida pública alienada em 2017. Os resultados em operações financeiras foi de 10 milhões quando em 2017 tinha sido de 71 milhões de euros.
O produto bancário caiu 25,9% em 2018 e as comissões líquidas registaram uma redução de 1,2%, traduzindo menores ganhos com comissões de crédito.
Os depósitos de clientes mantiveram se estáveis, ascendendo a 12,5 mil milhões de euros. Já o crédito concedido caiu 7%. O que é explicado pela redução das carteiras de crédito à habitação e as empresas, bem como pelo "abate" da carteira de crédito em incumprimento. O rácio de transformação entre depósitos e crédito atingiu os 88,7% face aos 94% em 2017.
O rácio de crédito não produtivo (NPL) ascendeu a 14,3%, refletindo uma melhoria face ao rácio de 2017 que se situou nos 16,7%.
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