Economia

Lone Star está a estudar o que fazer ao terreno das Amoreiras

Este cartaz esteve durante anos junto ao terreno no centro de Lisboa
Este cartaz esteve durante anos junto ao terreno no centro de Lisboa
nuno botelho

Imóvel era do Novo Banco e empresa não rejeita fazer o projeto

Lone Star está a estudar o que fazer ao terreno das Amoreiras

Ana Baptista

Jornalista

Quando o fundo norte-americano Lone Star comprou o Novo Banco herdou um conjunto de ativos imobiliários, alguns dos quais problemáticos e mais difíceis de vender ou de rentabilizar — como uma série de centros comerciais — e outros com mais potencial. O terreno das Amoreiras ou da Artilharia 1, como é conhecido no mercado, precisamente porque ocupa uma área de 130 mil m2 naquela zona da capital, é um dos ativos de maior potencial. Mas a Lone Star ainda não sabe bem o que lhe vai fazer.

Foi colocado à venda pelo Novo Banco, que ainda enquanto BES era um dos principais financiadores da Temple, a promotora imobiliária de Vasco Pereira Coutinho que ali estava a desenvolver um megaprojeto e ficou insolvente em 2014. Os norte-americanos decidiram então manter o terreno no mercado, mas até agora sem sucesso. Uma das razões prende-se com o facto de as ofertas terem sido abaixo dos €200 milhões que estão a ser pedidos. Mas como o terreno estará no balanço do Novo Banco com esse valor, dificilmente poderá ser vendido por menos.

É por isso que, segundo apurou o Expresso, a Lone Star decidiu agora recorrer a uma das suas participadas, uma empresa chamada Hudson Advisors cujo negócio é perceber como melhor valorizar ativos imobiliários.

Em cima da mesa estão, para já, várias hipóteses. Uma é a inicial, ou seja, vender a totalidade do terreno, e por isso é que continuam a trabalhar com várias consultoras para contactar investidores. Outra é fazer lotes mais pequenos e vendê-los a diferentes empresas. Uma terceira hipótese ainda passa por ser a própria Lone Star a desenvolver o projeto e, posteriormente, vendê-lo completo ou já com um projeto definido. Algo que não é estranho para a empresa que também comprou Vilamoura, definiu o que se vai lá fazer e está já a tentar vendê-la. “Esta é a estratégia da Lone Star: comprar, rentabilizar e depois vender com mais-valias”, comenta uma fonte do mercado que não se quis identificar.

Ora, caso fosse a Lone Star a desenvolver o terreno das Amoreiras, que antes era ocupado por instalações militares, o projeto da Temple, chamado Campolide Parque, seria totalmente alterado, até porque está desfasado no tempo. As obras, que previam 65 mil m2 de habitação e outro tanto de escritórios, um hotel e uma praça central com áreas verdes e um lago artificial, deviam ter começado em 2004, mas nunca saíram do papel. Claro que um novo projeto iria incluir habitação, de luxo e a preços mais acessíveis, uns dois ou três edifícios de escritórios e uma componente de comércio.

Seja qual for o destino, a verdade é que este é um dos ativos mais importantes que estão agora no mercado, juntamente com os terrenos da Feira Popular. Ambos são especiais não só pela sua dimensão e localização, mas também porque são das poucas áreas vazias que ainda existem em Lisboa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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