Lone Star está a estudar o que fazer ao terreno das Amoreiras
Imóvel era do Novo Banco e empresa não rejeita fazer o projeto
Imóvel era do Novo Banco e empresa não rejeita fazer o projeto
Jornalista
Quando o fundo norte-americano Lone Star comprou o Novo Banco herdou um conjunto de ativos imobiliários, alguns dos quais problemáticos e mais difíceis de vender ou de rentabilizar — como uma série de centros comerciais — e outros com mais potencial. O terreno das Amoreiras ou da Artilharia 1, como é conhecido no mercado, precisamente porque ocupa uma área de 130 mil m2 naquela zona da capital, é um dos ativos de maior potencial. Mas a Lone Star ainda não sabe bem o que lhe vai fazer.
Foi colocado à venda pelo Novo Banco, que ainda enquanto BES era um dos principais financiadores da Temple, a promotora imobiliária de Vasco Pereira Coutinho que ali estava a desenvolver um megaprojeto e ficou insolvente em 2014. Os norte-americanos decidiram então manter o terreno no mercado, mas até agora sem sucesso. Uma das razões prende-se com o facto de as ofertas terem sido abaixo dos €200 milhões que estão a ser pedidos. Mas como o terreno estará no balanço do Novo Banco com esse valor, dificilmente poderá ser vendido por menos.
É por isso que, segundo apurou o Expresso, a Lone Star decidiu agora recorrer a uma das suas participadas, uma empresa chamada Hudson Advisors cujo negócio é perceber como melhor valorizar ativos imobiliários.
Em cima da mesa estão, para já, várias hipóteses. Uma é a inicial, ou seja, vender a totalidade do terreno, e por isso é que continuam a trabalhar com várias consultoras para contactar investidores. Outra é fazer lotes mais pequenos e vendê-los a diferentes empresas. Uma terceira hipótese ainda passa por ser a própria Lone Star a desenvolver o projeto e, posteriormente, vendê-lo completo ou já com um projeto definido. Algo que não é estranho para a empresa que também comprou Vilamoura, definiu o que se vai lá fazer e está já a tentar vendê-la. “Esta é a estratégia da Lone Star: comprar, rentabilizar e depois vender com mais-valias”, comenta uma fonte do mercado que não se quis identificar.
Ora, caso fosse a Lone Star a desenvolver o terreno das Amoreiras, que antes era ocupado por instalações militares, o projeto da Temple, chamado Campolide Parque, seria totalmente alterado, até porque está desfasado no tempo. As obras, que previam 65 mil m2 de habitação e outro tanto de escritórios, um hotel e uma praça central com áreas verdes e um lago artificial, deviam ter começado em 2004, mas nunca saíram do papel. Claro que um novo projeto iria incluir habitação, de luxo e a preços mais acessíveis, uns dois ou três edifícios de escritórios e uma componente de comércio.
Seja qual for o destino, a verdade é que este é um dos ativos mais importantes que estão agora no mercado, juntamente com os terrenos da Feira Popular. Ambos são especiais não só pela sua dimensão e localização, mas também porque são das poucas áreas vazias que ainda existem em Lisboa.
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